Os primeiros indícios apontam que a embarcação de pesca que esta segunda-feira colidiu com um ferry no rio Tejo, provocando dois feridos e dois desaparecidos, se dirigia para a "prática da apanha da amêijoa", segundo o comandante Paulo Vicente, capitão do Porto de Lisboa.
O barco que virou, explicou o responsável, trata-se de uma "embarcação de pesca, vulgarmente da amêijoa", informação que advém do facto de, nas operações de mergulho, ter sido encontrada "uma ganchorra e vários apetrechos de pesca". "Realmente podem indicar que ia para a prática da apanha da amêijoa", disse o comandante Paulo Vicente.
O capitão do Porto de Lisboa esclareceu ainda que os canais usados pelos ferries, quer do Seixal quer do Barreiro, são frequentados e cruzados, "diariamente, por muitas embarcações", não sendo, por isso, estranha a presença da embarcação de pesca naquela zona.
O responsável confirmou ainda que dois pescadores ficaram feridos e outros dois estão desaparecidos, continuando a decorrer buscas, "até que haja condições".
"Não temos previsão em termos de horas. Vamos verificar todas as zonas ali perto, conhecemos bem o rio, tem características muito especiais", disse, referindo que será aproveitada essa "experiência" para encontrar os desaparecidos.
Não se sabe, contudo, as circunstâncias em que estas pessoas caíram ao rio, nomeadamente se "têm ou não meio de flutuação".
O alerta, recorde-se, foi recebido pelas 17h05, através da embarcação de transporte de passageiros. Para o local foram ativadas uma embarcação do Comando-local da Polícia Marítima de Lisboa, uma embarcação da Estação Salva-vidas da Capitania do Porto de Lisboa e uma embarcação dos Bombeiros Sapadores de Lisboa.
"À chegada ao local, constatou-se que seguiam quatro pescadores a bordo da embarcação de pesca, dois dos quais foram resgatados em estado grave por uma embarcação que se encontrava nas proximidades e transportados até ao Cais da Margueira, em Cacilhas, onde aguardavam elementos do INEM que prontamente assistiram as vítimas e as transportaram, posteriormente, para uma unidade hospitalar", informou a Autoridade Marítima Nacional em comunicado.
Nas buscas estão empenhados meios da Polícia Marítima, da Capitania do Porto de Lisboa e dos Bombeiros Sapadores de Lisboa. Participa também nas operações uma aeronave da Força Aérea Portuguesa.
[Notícia atualizada às 19h55]
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