A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta terça-feira, duas pessoas e constituiu mais uma como arguida na sequência de uma operação, denominada de Cash Flow, de combate à corrupção e fraude. Os suspeitos fazem parte de uma sociedade criada com o objetivo de avançar com candidaturas a apoios financeiros da União Europeia (UE).
Submeteram a sociedade a um projeto do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), onde se comprometeram a criar um "estabelecimento industrial para a produção de pellets", na Guarda, e, com o "plano criminoso", conseguiram lesar o Estado português e a UE em sete milhões de euros.
De acordo com o comunicado da PJ, os três arguidos estão "fortemente indiciados de corrupção, fraude na obtenção de subsídio agravada, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais”".
Os suspeitos inflacionaram ainda despesas, simularam contratos e omitiram a aquisição de equipamentos logísticos a uma empresa "sediada num país com tributação privilegiada".
No processo entre a preparação da candidatura à submissão, os suspeitos deram à Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI) "informações falsas, inexatas e incompletas" de factos importantes na concessão do subsídio.
Na sequência desta Operação Cash Flow, a PJ descobriu também que os suspeitos têm "participações em diversas sociedades comerciais portuguesas e estrangeiras", dando "fortes indícios" de que usam o sistema bancário para fazer circular fundos entre contas bancárias de países como a Guiné Equatorial, Luxemburgo, Marrocos, Emirados Árabes Unidos, Espanha e Portugal, tanto para contas bancárias pessoais como para de familiares e empresas associadas.
Esta operação decorreu nos distritos de Lisboa, Porto, Guarda, Braga, Vila Real, Região Autónoma da Madeira e Espanha, envolvendo 24 mandados de busca, nove buscas domiciliárias e 15 não domiciliárias.
Os dois detidos vão marcar presença no Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, onde conhecerão as medidas de coação.
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