O aumento dos crimes de burla em Portugal levou a Polícia de Segurança Pública (PSP) a listar os nove diferentes métodos, por meio telefónico, de que os portugueses mais costumam ser vítimas. Todos se caracterizam por não serem facilmente detetáveis e terem uma "crescente sofisticação e perigosidade", causando "prejuízos financeiros significativos".
Em primeiro lugar surge a burla "olá pai/olá mãe", em que os criminosos se fazem passar por um familiar – normalmente o filho – por mensagem, via WhatsApp, e pedem dinheiro para arranjar um telemóvel partido comprar um novo ou "simplesmente pagar uma suposta despesa inopinada e urgente".
Com a crise na habitação, o falso arrendamento também se tornou comum. Com anúncios a preços bastante mais atrativos do que o habitual no mercado é pedido à vítima que pague um "sinal" do arrendamento fictício.
Tal como há para casas, também há para carros através da compra e venda de viaturas, com os burlões a mostrar carros a um preço bastante mais atrativo do que o habitual no mercado e a pedir pagamentos à vítima "para fazer face a despesas de transporte da viatura ou para resolução de problemas alfandegários".
Outro dos métodos recorrentes dos burlões é praticado através de pagamentos pela aplicação MB Way. Começam com anúncios online de venda de artigos, "em que o burlão pede que o pagamento seja feito pela app" e dá instruções, fazendo com que a vítima forneça os códigos de acesso ao levantamento num ATM da quantia estabelecida no negócio.
Para quem procura emprego há três tipos de burla frequentes: a oferta de trabalho, em que o burlão anuncia o suporto emprego e pede o pagamento de despesas processuais; a proposta de trabalho com alojamento, em que é pedido um valor de "sinal" e as ofertas de emprego online, também conhecidas como 'pig butchering', em que se paga à vítima pelas tarefas cumpridas até chegar a uma fase em que "solicita à vítima que pague um valor pela tarefa que lhe irá ser conferida, com a promessa de que o valor que lhe será retribuído será muito superior".
As pessoas que procuram créditos costumam cair no "falso empréstimo" em que, no primeiro contacto, o burlão pede a documentação da vítima, por telefone ou e-mail, e depois a vítima é convencida a pagar taxas para concluir o processo.
Na procura de serviços há quem caia no crime do falso funcionário, em que o criminoso se faz passar por alguém de uma "instituição credenciada" como polícia, veterinário, inspetor da ASAE, bancário, funcionário da Microsoft ou de uma operadora telefónica.
Ainda através de mensagens telefónicas há o SMS de dívida, em que é enviada uma mensagem escrita para a vítima alegando que tem uma dívida num qualquer serviço, "devendo efetuar o pagamento sob pena de o serviço ser cortado". Nesta burla é usual a própria mensagem ter os dados de pagamento, como a entidade e referência.
Por fim, e não tão comum, há a burla do falso CEO, que consiste num contacto em que o burlão se faz passar por responsável de uma empresa ou organização e pede um pagamento, envio de algum tipo de informação sensível ou alteração de dados bancários.
Para evitar qualquer um destes casos, a polícia aconselha os cidadãos a não fornecerem "dados pessoais considerados intransmissíveis", como a identificação pessoal, contas bancárias e códigos de acesso, a desconfiar sempre de pedidos que tenham urgência e a evitar fazer qualquer transferência monetária.
Caso seja vítima de algum tipo de burla deverá guardar os "números de contacto, mensagens, e-mails, fotos ou links" e denunciar de imediato o crime às autoridades.
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