"Estou horrorizada por ver que esta guerra continua contra os hospitais, contra os profissionais de saúde e contra os civis, tornando os serviços de saúde ainda mais impossíveis numa rede que já está nas últimas", declarou a médica sul-africana Tlaleng Mofokeng num comunicado.
O hospital Al-Ahli, também conhecido como Hospital Batista e considerado o maior hospital ainda em atividade na Faixa de Gaza, foi bombardeado no domingo passado pelas forças israelitas, provocando a retirada forçada de doentes e pessoal médico.
O ataque destruiu o serviço de urgência da unidade hospitalar e provocou a morte de uma criança devido à falta de acesso a tratamento adequado.
"As instalações de saúde e os seus trabalhadores devem ser respeitados ao abrigo do direito internacional", afirmou Mofokeng, que recordou que, de acordo com os números da Organização Mundial da Saúde, as forças israelitas levaram a cabo 670 ataques contra infraestruturas de saúde de Gaza.
Cerca de 400 trabalhadores humanitários e 1.300 profissionais do setor da saúde foram mortos em Gaza desde 07 de outubro de 2023, data que marca o início do conflito no enclave palestiniano, segundo um relatório das Nações Unidas.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas, pelo menos 1.691 palestinianos foram mortos desde 18 de março, dia em que Israel rompeu um cessar-fogo de dois meses, elevando para 51.065 o número total de mortos no enclave desde o início da ofensiva de retaliação israelita, há 18 meses.
A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
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