Milhares de estudantes reúnem-se em novas manifestações na Turquia

Vários milhares de estudantes manifestaram-se hoje em Istambul e Ancara, reavivando o movimento de protesto desencadeado pela detenção, a 19 de março, do presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu.

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Lusa
08/04/2025 23:06 ‧ há 2 semanas por Lusa

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Turquia

As autoridades, confrontadas com uma vaga de protestos a uma escala nunca vista desde 2013, tinham visto as manifestações enfraquecerem nos últimos dez dias, graças ao Eid el-Fitr, que marca o fim do mês do Ramadão, e ao encerramento das universidades.

 

No lado asiático de Istambul, milhares de estudantes reuniram-se no final do dia de hoje, segundo imagens da imprensa turca que mostram uma grande presença policial, já na capital Ancara, centenas de estudantes de várias universidades também marcharam, de acordo com a imprensa turca e imagens partilhadas nas redes sociais e verificadas pela agência de notícias AFP.

Cerca de 300 estudantes estão atualmente detidos por terem participado em manifestações ilegais durante as duas primeiras semanas do movimento, segundo a oposição turca.

No dia 29 de março, o CHP (Partido Repúblicano do Povo, social democrata), principal força da oposição, reuniu várias centenas de milhares de pessoas em Istambul, depois de dezenas de milhares de manifestantes todas as noites à porta da Câmara Municipal de Istambul durante a primeira semana do movimento.

O partido, a que pertence o presidente da câmara de Istambul, que se encontra preso, intensificou desde então os seus apelos ao boicote de grupos e lojas próximos do governo turco, numa tentativa de influenciar o governo.

O líder do CHP, Özgür Özel, quer agora organizar comícios em diferentes cidades do país e está também a convocar comícios para quarta-feira à noite em Istambul.

Hoje, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apresentou uma queixa por insulto contra Özgür Özel, que considerou que o chefe de Estado lidera uma "junta", anunciou hoje o seu advogado.

"Foi apresentada uma queixa-crime junto da Procuradoria-Geral de Ancara por insulto ao Presidente" contra Özgür Özel, anunciou no X (antigo Twitter) o advogado de Erdogan, Hüseyin Aydin.

O crime de "insulto ao Presidente" é frequentemente utilizado na Turquia, inclusive contra simples utilizadores da Internet.

Durante o congresso extraordinário do CHP, realizado no domingo, Özel declarou que "a Turquia é governada por uma junta que tem medo das eleições, medo dos seus adversários e medo do povo".

"[Erdogan é] o presidente de uma junta que visa aqueles que têm o apoio popular e que podem tornar-se seus rivais", acrescentou Özel, criticando a detenção e posterior prisão, no mês passado, do autarca de Istambul, Ekrem Imamoglu, do CHP, principal rival político do chefe de Estado.

A 23 de março passado, numa reunião do CHP, Imamoglu foi escolhido como o candidato a apoiar pela maior força da oposição às eleições presidenciais de 2028, que, entretanto, pediu para as antecipar o mais tardar até novembro desde ano.

A Turquia tem sistematicamente detido vários manifestantes e jornalistas na sequência dos protestos pela detenção de Ekrem Imamoglu, com várias organizações não-governamentais a criticarem múltiplas violações dos direitos humanos e da liberdade de imprensa.

Quando os protestos eclodiram após a detenção de Imamoglu, a 19 de março, muitas plataformas de redes sociais, como o X, o Instagram e o Facebook, foram bloqueadas.

Mais de 700 contas na X, incluindo pertencentes a jornalistas, órgãos de comunicação social, organizações da sociedade civil e grupos de estudantes, foram bloqueadas, de acordo com a Media and Law Studies Association.

Leia Também: Kremlin confirma reunião em Istambul para normalizar relações com EUA

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