Intitulada 'Coleção Gulbenkian. Grandes Obras', a mostra expõe, até dia 1 de setembro, alguns dos tesouros daquela que é considerada "a mais extraordinária coleção reunida por um só colecionador, na primeira metade do século XX", abrangendo mais de cinco mil anos de história, sublinha a Fundação, em comunicado.
Entre os destaques da pintura do século XIX estarão 'As Bolas de Sabão', de Manet, o 'Retrato de Camille Monet', de Renoir, o 'Retrato de Henri Michel-Lévy', de Degas, e ainda a escultura 'Flora', de Jean-Baptiste Carpeaux.
Assinalando os 70 anos da morte de Calouste Gulbenkian (1869-1955), a exposição não pretende recriar o museu encerrado desde 18 de março, mas antes "explorar possibilidades museográficas que ultrapassam o formato tradicional das galerias permanentes, propiciando uma narrativa retrospetiva", da Arte Déco à Antiguidade.
O visitante será conduzido numa viagem ao passado, por várias épocas que mereceram a atenção de Gulbenkian: das artes europeias e chinesas do século XVIII, passando pelas coleções de arte islâmica, pintura europeia, medalhística e livro dos séculos XVI e XVII, até à arte medieval e à Antiguidade.
Segundo a organização, esta abordagem permite estabelecer diálogos formais entre objetos de épocas e proveniências distintas, num percurso que remete para os critérios de apresentação que o colecionador aplicava no seu palacete em Paris, quando aí residia.
As joias de René Lalique e um conjunto de peças em vidro assumem especial destaque no início do percurso, refletindo o interesse de Calouste Gulbenkian pelo universo Art Déco.
Estas obras fazem a ligação com outras expressões artísticas, como a arte japonesa, a pintura e o livro, sob o fio condutor da representação do mundo natural.
A exposição encerra com a apresentação inédita do conteúdo do cofre-forte de Calouste Gulbenkian, que inclui algumas das suas peças mais preciosas: diamantes, anéis, pulseiras, pendentes, manuscritos, caixas para cigarros, entre outros objetos raros.
Pela primeira vez na história do Museu, esta exposição resulta de um trabalho colaborativo que envolveu toda a equipa de conservadores na sua conceção, organização e montagem, realça a organização. Paralelamente à mostra, está previsto um programa de visitas guiadas e oficinas.
A requalificação do museu vai incidir na renovação do sistema de climatização, de iluminação e de segurança para adequar o edifício aos padrões e requisitos atuais na conservação e apresentação da coleção, e terá em conta a gestão do fluxo de visitas, atualmente "muito superior ao dos anos iniciais, com vista a melhorar a experiência dos visitantes", indicou anteriormente a instituição.
O período de encerramento do museu dirigido por António Filipe Pimentel vai ainda ser aproveitado para restaurar e estudar algumas pinturas, com a colaboração do Laboratório Hércules da Universidade de Évora, acrescentou a fundação.
Em setembro do ano passado, a Gulbenkian inaugurou o renovado Centro de Arte Moderna, depois de quatro anos encerrado, com mais 900 metros quadrados de áreas de exposição.
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