O número de vítimas mortais devido ao sismo de magnitude 7,7 que assolou Myanmar na sexta-feira poderá atingir os 10 mil, segundo advertiram os especialistas do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS).
A previsão do organismo deu ainda conta de que as perdas materiais e financeiras podem exceder a produção económica anual do país, noticiou a Sky News.
Até ao momento, o número de mortos situa-se nos 1.700, havendo ainda registo de 3.400 feridos e 300 desaparecidos, de acordo com os canais de Telegram pró-junta militar, que citam os governantes da antiga Birmânia.
Saliente-se ainda que uma réplica de magnitude 5,1 na escala de Richter abalou Mandalay, no centro de Myanmar, este domingo.
O terramoto de sexta-feira desencadeou uma série de réplicas desde então, a mais forte dos quais ocorreu minutos após o primeiro abalo, de magnitude 6,7 na escala de Richter.
Centenas de socorristas de vários países começaram hoje a procurar sobreviventes nas regiões mais afetadas pelo sismo de sexta-feira em Myanmar.
O canal de televisão oficial MRTV, que pertence à junta militar birmanesa - no poder desde o golpe de Estado em fevereiro de 2021 -, noticiou que bombeiros, técnicos e socorristas da Rússia, China, Índia, Singapura, Tailândia e Hong Kong estão já a trabalhar no salvamento e resgate no país.
As Nações Unidas e os grupos humanitários, que alertaram para a grave escassez de material médico, começaram a mobilizar equipas cirúrgicas móveis e hospitais de campanha para prestar cuidados médicos às vítimas.
A junta militar birmanesa fez um apelo invulgar por ajuda internacional na sexta-feira, mas ainda não é claro como planeia aplicar os fundos em territórios afetados pelo sismo que não estão sob o seu controlo.
Grupos da oposição relataram que os militares bombardearam no sábado a região de Sagaing, epicentro do sismo, e Naung Cho, em Shan.
O Fundo de Assistência de Emergência das Nações Unidas (CERF, na sigla em inglês) atribuiu cinco milhões de dólares em ajuda, seguido pelo Escritório de Serviços de Projetos da ONU (UNOPS), que acrescentou 10 milhões de dólares para aliviar o impacto do terramoto.
A Irlanda anunciou também uma doação de seis milhões de euros e a Austrália contribuiu com outros dois milhões de dólares, deixando claro que este dinheiro será gerido por agências das Nações Unidas e organizações humanitárias, como o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
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