"Exigimos a eliminação completa das fossas séticas secas em todo o país, nos 36 distritos. As pessoas continuam a limpar os esgotos e as fossas séticas em todo o país e, por causa disso, morre uma pessoa a cada quatro dias", afirmou o ativista da organização Bhasha Singh, citado pela agência espanhola de notícias Efe.
Centenas de manifestantes e familiares de trabalhadores mortos por causa deste trabalho concentraram-se no "manifestódromo" de Janta Mantar, complexo de edifícios em Nova Deli dedicados à astronomia, gritando palavras de ordem como "Parem de nos matar!".
Os manifestantes exigem medidas urgentes do Governo para erradicar a limpeza manual das fossas séticas, além da reabilitação daqueles que ainda dependem desta ocupação para a sua subsistência.
A limpeza manual, historicamente imposta à comunidade Dalit, a mais baixa e discriminada dentro do sistema de castas hindu, expõe estes trabalhadores a condições insalubres e a gases tóxicos sem proteção adequada, o que resulta muitas vezes em morte.
Apesar de proibida desde 1993, a falta de alternativas de emprego e a exclusão social perpetuam esta prática, que, longe de ser erradicada, continua a acontecer clandestinamente enquanto o Governo nega a sua existência.
"Há uma ordem do Supremo Tribunal de 2014 que diz que ninguém deve limpar manualmente os esgotos e as fossas séticas. É proibido por lei", lembrou o ativista.
O Supremo Tribunal emitiu uma ordem, em janeiro de 2025, para abolir a limpeza manual de esgotos em seis grandes cidades.
Apesar disso, várias pessoas foram levadas inconscientes para um hospital na semana passada, depois de terem sido contratados para limpar manualmente um esgoto, tendo um homem morrido.
O problema é particularmente grave em estados como Uttar Pradesh, Madhya Pradesh e Bihar, onde as fossas séticas secas que requerem limpeza manual ainda são comuns.
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