Primeiro-ministro canadiano convocou eleições antecipadas para abril

O Partido Liberal procura, segundo especialistas, obter a 'onda' de apoio que registou no Canadá durante os últimos meses, e, por isso, as eleições terão sido marcadas 'longe' do limite - que era até 20 de outubro.

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© Andrej Ivanov/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
23/03/2025 18:03 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Canadá

O primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, anunciou, este domingo, que o país vai a eleições legislativas a 28 de abril. A confirmação da data surge pouco mais de uma semana depois de Carney tomar posse, e suceder a Justin Trudeau no cargo.

 

Note-se que Carney tomou posse à frente de um governo minoritário e procura agora que o seu partido Liberal, obtenha a maioria no parlamento canadiano.

"Estamos a enfrentar a crise mais significativa das nossas vidas devido às ações comerciais injustificadas do presidente [Donald] Trump e às suas ameaças à nossa soberania", referiu o líder do Partido Liberal aos jornalistas em Otava, citado pela imprensa internacional.

As declarações surgem depois de Carney se ter reunido com o governador-geral para pedir a dissolução do parlamento.

"Estou a pedir aos canadianos um mandato forte e positivo para lidar com o presidente Trump e para construir uma nova economia canadiana que funcione para todos, porque sei que precisamos de mudança - uma grande mudança, uma mudança positiva", acrescentou.

As eleições teriam que ser marcadas até 20 de outubro, mas, especialistas citados pela imprensa internacional dão conta de que Carney espera que uma votação mais antecipada beneficie o Partido Liberal.

O partido em causa governa desde 2015 e registou um aumento de apoio quando, em janeiro, Trudeau anunciou que planeava demitir-se.

As últimas sondagens indicam que o Partido Liberal (PL), no poder, poderá ganhar uma quarta eleição consecutiva e obter a maioria na câmara baixa do parlamento.

Mark Carney e o seu opositor conservador deram hoje início às suas campanhas eleitorais, tendo como pano de fundo uma guerra comercial e ameaças de anexação por parte de Donald Trump.

As tarifas impostas por Trump e os apelos à anexação do Canadá alimentaram a raiva e a incerteza no país, com muitos canadianos apoiaram a resposta firme - e unificada - do executivo.

O novo primeiro-ministro afirmou que o presidente norte-americano está a tentar "quebrar" o Canadá para o "possuir", mas promete opor-se-lhe.

"O presidente Trump proclama que o Canadá não é um país real. Ele quer quebrar-nos para que os EUA possam possuir-nos. Não vamos deixar que isso aconteça. Ultrapassámos o choque da traição, mas nunca devemos esquecer as lições. Temos de olhar uns pelos outros", disse o chefe do governo canadiano.

Os liberais no poder pareciam estar preparados para uma derrota eleitoral histórica este ano, até que Trump declarou uma guerra comercial. O presidente norte-americano tem dito repetidamente que o Canadá deveria tornar-se o 51.º estado dos EUA e reconheceu na sexta-feira que revolucionou a política canadiana.

Os ataques quase diários de Trump à soberania do Canadá enfureceram os canadianos e levaram a um aumento do nacionalismo que reforçou os números das sondagens dos liberais.

A campanha eleitoral para 343 lugares ou distritos na Câmara dos Comuns durará 37 dias. Embora haja outros partidos a concorrer, os liberais e os conservadores são os únicos que têm hipóteses de formar Governo.

Os conservadores da oposição esperavam fazer com que a eleição fosse sobre Trudeau, cuja popularidade caiu com o aumento dos preços dos alimentos e da habitação e com o aumento da imigração. Mas após décadas de estabilidade bilateral, espera-se agora que a votação se centre em quem está melhor equipado para lidar com Trump.

Leia Também: Canadá faz acordo com Austrália para reforçar as suas defesas no Ártico

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