EUA instam Turquia a "respeitar direitos" após detenção de rival de Erdogan

O Governo norte-americano instou hoje as autoridades turcas a "respeitarem os direitos humanos", após a detenção do presidente da Câmara de Istambul e principal rival do Presidente Recep Tayyip Erdogan, embora tenha enfatizado que se trata de política interna.

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Lusa
19/03/2025 23:06 ‧ há 5 horas por Lusa

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Turquia

"Gostaríamos de encorajar a Turquia a respeitar os direitos humanos para gerir adequadamente a sua própria estrutura interna", explicou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, quando questionada sobre a detenção de Ekrem Imamoglu.

 

"Ao mesmo tempo, não comentaremos as decisões internas de outro país, exceto para os lembrar que esperamos que se comportem de forma a respeitar os direitos de todos os seus cidadãos", acrescentou Tammy Bruce.

Esta detenção foi condenada por todos os partidos da oposição na Turquia e pela sociedade civil.

Também vários presidentes de Câmara de cidades europeias como Paris, Roma, Barcelona e Amesterdão juntaram-se para pedir a libertação imediata do presidente da Câmara de Istambul na sequência da sua "detenção arbitrária".

Imamoglu, 53 anos, foi detido juntamente com mais de uma centena de militantes e funcionários do social-democrata Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco), a que pertence.

Foi acusado de corrupção e de ligações terroristas, mas a oposição considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado por Imamoglu ser o provável concorrente de Erdogan nas próximas eleições presidenciais.

O CHP qualificou a investigação judicial como "uma tentativa de golpe de Estado" instigada pelo Governo para impedir a candidatura de Imamoglu às eleições, previstas para 2028, mas que poderão ser antecipadas.

Além de corrupção, o Ministério Público disse que Imamoglu é suspeito de "apoio ao PKK", o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, considerado um grupo terrorista pela Turquia.

As autoridades encerraram várias estradas em torno de Istambul e proibiram manifestações na cidade por quatro dias num aparente esforço para evitar protestos após a detenção do autarca.

Imamoglu ganhou a presidência da Câmara de Istambul nas eleições de 2019, pondo fim a um quarto de século de governo municipal islamita, e renovou o mandato nas eleições de março do ano passado, o que faz dele o rival mais provável do presidente islamita da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, nas próximas eleições presidenciais.

Leia Também: Governo turco rejeita críticas à detenção de rival político de Erdogan

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