Israel acusa Hamas de "guerra psicológica" e de não ceder nas negociações

Israel acusou hoje o Hamas de não fazer concessões nas negociações sobre a trégua em Gaza e classificou como "guerra psicológica" o anúncio do movimento palestiniano de libertar um refém e devolver os restos mortais de quatro outros.

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© RONEN ZVULUN/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
14/03/2025 14:19 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Enquanto Israel aceitou o quadro [apresentado pelo enviado norte-americano Steve] Witkoff, o Hamas mantém-se firme na sua recusa e não se moveu um milímetro", afirmou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, num comunicado, acusando o Hamas de continuar a recorrer à "manipulação e à guerra psicológica".

 

No final do Sabbath, o período de descanso semanal dos judeus, no sábado à noite, Netanyahu convocará uma reunião dos ministros envolvidos "para receber um relatório detalhado da equipa de negociação e decidir os próximos passos para a libertação dos reféns".

Uma nova ronda de negociações indiretas sobre o frágil cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor a 19 de janeiro após 15 meses de guerra, teve início na terça-feira no Qatar, nas quais esteve presente Steve Witkoff, o enviado especial do Presidente norte-americano, Donald Trump, para o Médio Oriente.

Segundo avançou a imprensa israelita na quinta-feira, a nova proposta, apoiada pelo enviado especial norte-americano, apelava à libertação de cinco reféns vivos em troca de um cessar-fogo de 50 dias em Gaza, durante os quais seriam realizadas negociações para a continuação do acordo.

O Hamas anunciou hoje que estava disposto a libertar um refém israelo-americano e a devolver os restos mortais de outras quatro pessoas de dupla nacionalidade, como parte do acordo.

"Ontem [quinta-feira], a delegação do Hamas recebeu uma proposta dos mediadores para retomar as negociações. De forma responsável, o movimento respondeu positivamente e apresentou a sua resposta esta manhã, [assinalando] o seu acordo para a libertação do soldado israelita Edan Alexander, que tem nacionalidade norte-americana, para além [da devolução] dos corpos de quatro outros [reféns] binacionais", afirmou um comunicado de imprensa do movimento extremista palestiniano.

"Os cinco indivíduos que o Hamas aceitou libertar são prisioneiros israelitas com nacionalidade norte-americana", disse Taher al-Nounou, um dos líderes do Hamas, à agência noticiosa francesa AFP.

O grupo, que fez a última devolução de corpos de reféns mortos durante o conflito em Gaza há duas semanas, pouco antes do fim da primeira fase do acordo de tréguas, não revelou a data em que pretende libertar um novo refém ou entregar os restos mortais.

O acordo de cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor a 19 de janeiro, foi negociado com a participação de enviados do então recém-eleito Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e do ainda chefe de Estado no ativo, Joe Biden.

O acordo determinava que os reféns não libertados na primeira fase fossem entregues na segunda fase, durante a qual seriam negociados os planos finais para o fim da guerra.

A primeira fase do cessar-fogo terminou no dia 01 de março, mas Israel e o Hamas não chegaram a acordo sobre como prosseguir.

Desde então, Israel impôs um bloqueio total à entrada de ajuda humanitária em Gaza para pressionar o grupo islamita a aceitar um plano alternativo, que visava a libertação dos reféns restantes sem iniciar negociações para acabar com a guerra.

Leia Também: Síria: Israel ataca edifício residencial em Damasco

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