Membro da Frelimo morto e sede vandalizada na província de Inhambane

Um membro da Frelimo foi morto e a sede distrital do partido no poder vandalizada por populares na província de Inhambane, sul de Moçambique, disse hoje à Lusa o secretário provincial para a área de mobilização.

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Lusa
14/03/2025 13:13 ‧ há 4 horas por Lusa

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Moçambique

A vítima era presidente do conselho de jurisdição provincial da Organização da Juventude Moçambicana (OJM), um braço do partido no poder em Moçambique, e perdeu a vida após ser agredido pelos populares que invadiram a sede distrital de Inharime durante uma reunião partidária na manhã de quarta-feira, explicou Essau Maela, avançando que pelo menos mais quatro membros da Frelimo sofreram agressões.

 

"Os manifestantes queimaram as bandeiras do partido que estavam nos mastros e depois atearam fogo em alguns compartimentos da sede (...). Ainda não terminámos o levantamento dos danos porque, infelizmente, este incidente acabou concorrendo para a perda de uma vida", disse Essau Maela, sem avançar as causas dos protestos.

"Após a chegada das Forças de Defesa e Segurança, para dissuadir [os manifestantes], foi possível controlar o fogo e salvou-se a infraestrutura (...), mas foram destruídos alguns equipamentos (...) e temos pertences que desapareceram", acrescentou.

Esta é a terceira sede do partido Frelimo vandalizada naquela província do sul de Moçambique em protestos, em menos de dois meses.

Em 24 de fevereiro, populares em protesto em Inhambane vandalizaram duas sedes distritais da Frelimo, disse à Lusa, na altura, o secretário provincial para área da mobilização do partido.

Moçambique vive desde outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas, primeiro, pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais.

Atualmente, os protestos, agora em pequena escala, têm estado a ocorrer em diferentes pontos do país e, além da contestação aos resultados, os populares queixam-se do aumento do custo de vida e de outros problemas sociais.

Desde outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide, uma ONG moçambicana que acompanha os processos eleitorais.

O Governo moçambicano confirmou pelo menos 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

Leia Também: Greve? Governo moçambicano pede diálogo aos profissionais de saúde

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