Segundo anunciou o juiz responsável pelo caso, Castillo foi levado de urgência para o hospital algumas horas antes do reinício do julgamento.
De acordo com a juíza, Norma Carbajal, o estado do antigo Presidente é "estável" e está fora de perigo.
O tribunal decidiu prosseguir com a audiência, rejeitando um pedido de adiamento apresentado pela defesa de Pedro Castillo.
Na segunda-feira, o advogado de Castillo anunciou que o seu cliente tinha iniciado uma greve de fome, um "protesto pacífico" contra a sua detenção, considerada "injusta e arbitrária".
O julgamento do antigo professor de 55 anos, que foi eleito Presidente do Peru em junho de 2021 como candidato de um partido de esquerda radical, começou a 4 de março no Supremo Tribunal em Lima.
Três antigos ministros, um antigo conselheiro presidencial e três polícias estão também a ser julgados.
Em 7 de dezembro de 2022, numa mensagem à nação, Pedro Castillo anunciou a dissolução do parlamento e a convocação de uma assembleia constituinte. No entanto, abandonado pelas instituições e pelo exército, foi destituído do cargo e detido pela polícia quando se dirigia com a família para a embaixada do México em Lima.
Castillo considera que foi destituído do cargo na sequência de uma conspiração política entre a maioria de direita do Parlamento e o Ministério Público, que o estava a investigar por alegada corrupção.
O Ministério Público peruano pediu para o ex-chefe de Estado uma pena de 34 anos de prisão, bem como uma inibição de direitos de três anos e meio e o pagamento de quase 65.600 soles peruanos (cerca de 17.100 euros) de indemnização civil ao Estado.
A detenção de Castillo desencadeou no Peru uma das suas piores crises recentes, com mais de 50 mortos devido à repressão pelas forças de segurança dos protestos contra a sua detenção e contra a pessoa que assumiu o cargo, a então vice-presidente, Dina Boluarte.
Castillo é o quarto ex-presidente peruano a ser julgado nos últimos 25 anos, por crimes que vão da corrupção à violação dos direitos humanos.
Em apenas oito anos, o Peru teve seis presidentes diferentes, na pior onda de instabilidade política da sua história moderna.
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