As ruas ao redor da Capital One Arena - um estádio no centro de Washington onde Donald Trump fez no domingo um último grande discurso antes de regressar à Casa Branca - foram pequenas para os milhares de eleitores que tentaram um último contacto com o republicano antes de regressar oficialmente à Presidência.
Shirley, de 66 anos, viajou desde a Carolina do Norte para celebrar a vitória de Trump, "que é também uma vitória dos Estados Unidos da América", advogou à Lusa.
"Estou muito feliz. Sei que o Presidente Trump vai trazer muitas mudanças, vai reverter muita da porcaria que Joe Biden pôs em andamento enquanto destruía a América. Trump põe a América em primeiro lugar sempre, todos os americanos. Ele é um verdadeiro patriota e eu amo isso nele", afirmou a norte-americana, na noite de domingo.
"Na segunda-feira podemos até não ter a oportunidade de o ver presencialmente, por causa deste frio todo, mas certamente que o vamos sentir", frisou.
A cerimónia de tomada de posse de Donald Trump teve de ser transferida para dentro do edifício do Capitólio devido às previsões de frio intenso para esta segunda-feira.
As cerimónias de posse presidencial no Capitólio têm tradicionalmente lugar na escadaria monumental da fachada principal do edifício sede do poder legislativo, na capital norte-americana.
A última vez que a cerimónia de tomada de posse de um líder da administração norte-americana decorreu no interior do edifício foi em 1985, quando Ronald Reagan iniciou o seu segundo mandato, num dia em que a temperatura desceu a -14ºC.
As previsões para segunda-feira apontam para -6ºC ao final da manhã, quando Trump fará o julgamento, num momento em que os ventos fortes e gelados amplificarão a sensação térmica. A tomada de posse de Barack Obama em 2009 registou -2ºC.
Outra das pessoas que tentou ver de perto Donald Trump no domingo foi Kelly Alexander, uma eleitora do Texas, de 61 anos, que espera que o magnata cumpra algumas das suas principais promessas de campanha, como fechar as fronteiras à imigração ilegal.
"Vim aqui para ver este grande evento, mas, infelizmente, não consegui entrar. Mas estou aqui para honrar o nosso país e espero que Trump conduza este nosso grande navio", disse.
"Espero que ele nos tire deste estado profundo, que feche as nossas fronteiras e que honre os nossos militares. Espero mudança", pediu a eleitora, em declarações à Lusa enquanto Trump discursava na Capital One Arena.
No seu discurso de domingo, Donald Trump voltou a prometer pôr fim à "invasão", que considera representar a imigração ilegal.
"Agirei com uma rapidez e uma força sem precedentes", declarou o multimilionário republicano de 78 anos, perante uma multidão entusiasta, nas bancadas do recinto de 20.000 lugares onde habitualmente se realizam jogos de basquetebol, hóquei no gelo e concertos, no centro de Washington.
Para Jason, um sexagenário da Califórnia, Donald Trump "é um grande político, um líder especial, não só para a América, mas também para o mundo".
"Espero que ele nos lidere a todos e nos traga a mudança", defendeu.
Também desde a Califórnia viajou Kevin, de 43 anos, que lamentou que o mau tempo lhe tenha estragado os planos de presenciar a tomada de posse.
"Estou um pouco desapontado por não poder assistir, mas não podíamos deixar de celebrar este momento. A América precisa de muita esperança e acho que este novo Governo traz essa esperança. Tenho a certeza que fará deste país um lugar melhor. Estou otimista", sublinhou.
De mãos nos bolsos enquanto assistia de longe às longas filas de apoiantes de Donald Trump, Jack, um pequeno empresário da Florida, filho de mãe espanhola e pai alemão, admitiu estar reticente em relação ao historial do presidente eleito.
"Sinceramente, não sou muito fã de Trump. A mim ninguém me convence que o único objetivo dele é beneficiar-se a si e aos seus amigos bilionários. Ele não se importa connosco, com os pequenos empresários. Na realidade, acho que ele não gosta de ver a classe média a aproximar-se do seu nível. Acho que falta espírito crítico a muitos eleitores", disse à lusa o jovem.
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