"Avanço porque, neste momento, o PAICV precisa da contribuição de todos, para preparar o grande embate eleitoral em 2026", afirmou, numa alusão às eleições legislativas, em que o partido pretende voltar ao poder.
O candidato defendeu a necessidade de "refazer o PAICV", afirmando que a renovação requer uma política de transmissão de conhecimentos entre gerações.
"Não é só estalar os dedos. Este país, após 50 anos de independência, tem momentos em que parece que começamos do zero", afirmou.
No seu entendimento, o partido precisa de "ganhar espaço" e beneficiar da experiência de quem já esteve no poder.
"O país está numa encruzilhada forte, precisa de ultrapassá-la com sangue novo e velho para transmitir uma unidade", referiu.
Questionou "a administração pública gorda", que "começa no próprio Governo", defendeu reformas e uma maior ligação à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para diversificar a economia.
Nas eleições autárquicas de dezembro, o PAICV conquistou 15 municípios, numa vitória histórica, enquanto o Movimento pela Democracia (MpD) ficou com sete câmaras municipais.
Spencer Lima alertou para a necessidade de conter a euforia: "é preciso deitar água na fervura, acalmar porque está longe de ser verdade. Há uma transposição de autárquicas para as legislativas".
As legislativas são outras eleições, há que se "trabalhar muito para poder ganhá-las ao MpD", disse.
Com esta candidatura, somam-se quatro concorrentes à presidência do PAICV, incluindo os presidentes das câmaras municipais da Praia, Francisco Carvalho, e de São Filipe, Nuias Silva e o deputado nacional pelo círculo da Europa, Francisco Pereira.
Spencer Lima descartou divisões internas: "Haver vários candidatos não é desunião, mas sim reforço da democracia interna".
Com uma longa trajetória política, Spencer Lima já foi secretário de Estado do Comércio e Turismo, secretário-geral do PAICV, ocupando outros cargos de direção no partido.
O PAICV definiu que o novo presidente será eleito a 30 de março, através de eleições diretas que também determinarão os 318 delegados ao congresso.
Há cerca de uma semana, o atual presidente do partido, Rui Semedo, anunciou que não se recandidataria, referindo a necessidade de renovação.
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