Numa mensagem na rede Telegram, o ministro dos Negócios Estrangeiros venezuelano, Yván Gil, acusou a homóloga canadiana, Mélanie Joly, de "se humilhar perante o mundo", depois de a diplomacia do Canadá ter anunciado o reconhecimento de González.
"Ela não sabe quem governa o seu Estado e tenta dar a sua opinião sobre um país que é soberano e independente. Não há dignidade e moralidade zero para falar de uma democracia revolucionária como a da Venezuela", declarou Gil.
O ministro venezuelano usou ainda a ironia ao afirmar que o Canadá tem um Governo que "se assume como um 51.º estado" dos Estados Unidos da América, numa aparente alusão a um pronunciamento recente do futuro líder da Casa Branca, Donald Trump, sobre aspirações territoriais ao país vizinho e também à Gronelândia e Panamá.
A chefe da diplomacia canadiana revelou hoje que na quarta-feira falou com a líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, para discutir a situação no país e reiterou apoio "a todos aqueles que lutam para garantir que a vontade do povo venezuelano é respeitada".
Numa mensagem, Mélanie Joly declarou que "Edmundo González venceu as eleições de 28 de julho".
A líder da oposição já agradeceu ao Canadá este reconhecimento e o "apoio incondicional" de Otava, reafirmando "a convicção de que a transição para a democracia ocorrerá muito em breve".
A declaração do Canadá de apoio a González Urrutia ocorre na véspera de Nicolás Maduro assumir um novo mandato como Presidente venezuelano, entre alegações de fraude por parte da maior coligação da oposição nas eleições de 28 de julho.
Em 17 de dezembro, o Canadá sancionou a presidente do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, Caryslia Rodríguez Rodríguez, bem como outros quatro altos funcionários do país por "minarem a democracia" na Venezuela com as suas ações contra a oposição ao governo de Maduro.
Embora a reeleição de Maduro tenha sido criticada por grande parte da comunidade internacional pela falta de apoio para confirmar a sua vitória nas urnas, todas as instituições do país - incluindo as Forças Armadas - estão ao líder chavista e veem os membros da maior coligação opositora como conspiradores golpistas que pretendem tomar o poder pela força.
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