Genro de Urrutia terá sido raptado ao deixar filhos na escola em Caracas

O rapto sucedeu dias antes da tomada de posse de Nicolas Maduro, a 10 de janeiro.

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© Pedro Rances Mattey/Anadolu via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
07/01/2025 19:19 ‧ há 21 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Venezuela

O líder da oposição da Venezuela, Edmundo González Urrutia, denunciou, esta terça-feira, que o seu genro foi raptado por “homens encapuzados e vestidos de preto”, enquanto deixava os filhos na escola, em Caracas.

 

“Esta manhã, o meu genro Rafael Tudares foi raptado. Rafael ia a caminho da escola dos meus netos de sete e seis anos, em Caracas, para os deixar nas aulas, e foi intercetado por homens encapuzados e vestidos de preto, que o meteram numa carrinha dourada, de matrícula AA54E2C, e o levaram. Atualmente, encontra-se desaparecido”, escreveu, na rede social X (Twitter).

Urrutia não forneceu mais detalhes, nem deu conta do paradeiro dos netos.

O rapto sucedeu dias antes da tomada de posse de Nicolas Maduro, a 10 de janeiro, na sequência da sua eleição para um terceiro mandato (2025-2031) à frente do país, que foi validado pelo Supremo Tribunal, apesar das várias críticas.

Atualmente em digressão internacional, que já passou pela Argentina e Uruguai, González Urrutia apelou no domingo a que o exército o apoie.

Fontes próximas do político venezuelano adiantaram à EFE que González cancelou o resto da sua agenda de hoje nos Estados Unidos, mas que a delegação seguirá para o Panamá "para continuar a viagem" destinada a recolher apoio internacional para a investidura desta semana.

González tinha previsto reunir-se no Congresso dos Estados Unidos com o senador democrata Dick Durbin, do Illinois, e outros legisladores, quando decidiu cancelar a sua agenda após saber do rapto do genro.

"No dia 10 de janeiro, por vontade soberana do povo venezuelano, devo assumi o posto de comandante-em-chefe", afirmou o político, numa mensagem publicada nas redes sociais, enquanto a líder da oposição Corina Machado apelou a manifestações para quinta-feira.

Entretanto, o ministro venezuelano da Administração Interna, Diosdado Cabello, ameaçou que Edmundo González Urrutia será detido se "puser os pés" na Venezuela.

Maduro foi declarado vencedor com 52% dos votos pelo Conselho Nacional Eleitoral, que justificou a não publicação dos relatórios das assembleias de voto devido a alegada pirataria informática.

Publicando as atas, a oposição garantiu que Urrutia obteve mais de 67% dos votos, mas o candidato está exilado em Espanha desde setembro.

A repressão das manifestações após o anúncio da vitória de Maduro causou 28 mortos, cerca de 200 feridos e 2.400 detidos. Pelo menos três dos detidos morreram na prisão.

[Notícia atualizada às 21h05]

Leia Também: Biden e Urrutia concordam que vitória sobre Maduro "deve ser respeitada"

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