Parlamento pedirá detenção de González Urrutia em território venezuelano

O presidente do parlamento da Venezuela, onde o chavismo detém maioria, anunciou hoje que pedirá a "detenção imediata" de Edmundo González Urrutia, apontado pela oposição como o vencedor das eleições presidenciais de julho, caso o candidato pise território nacional.

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© Marcelo Endelli/Getty Images

Lusa
05/01/2025 20:59 ‧ ontem por Lusa

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Venezuela

"Esse ser indigno, com a intenção de recolher dinheiro, mas também de fazer o trabalho aos seus senhores do Norte [Estados Unidos da América], tem dito uma série de disparates, entre os quais que vai regressar ao território da República Bolivariana da Venezuela", disse Jorge Rodríguez, sublinhando que o parlamento está obrigado "a colaborar com a Procuradoria-Geral da República".

 

"Cada deputado que defende a paz solicitará, no caso de pisar um palmo de terreno da República Bolivariana da Venezuela, a prisão imediata por violação da Lei Orgânica Libertadora Simón Bolívar, por usurpação de funções, por traição, por branqueamento de capitais - a prisão imediata deste ser indigno e de quem o acompanhe", prosseguiu.

Rodríguez acusou Edmundo González Urrutia de não acompanhar os seus seguidores nas ruas, após as eleições presidenciais, e de se refugiar em duas embaixadas antes de ir para o exílio.

"Vi-o assinando um papel para poder, aterrorizado como estava, ir para o exílio dourado em Espanha", frisou.

Sobre o anúncio de alguns políticos latino-americanos de que acompanhariam Edmundo González Urrutia no seu regresso ao país, o representante adiantou que proporá, na sessão parlamentar da próxima terça-feira, que sejam declarados 'persona non grata'.

"Se um estrangeiro entrar no território da República Bolivariana da Venezuela sem a devida autorização das instituições habilitadas para o efeito, isso só pode ser considerado um ato de invasão. Qualquer estrangeiro que tente entrar ilegalmente no território da Venezuela será tratado como um invasor", avisou.

Reeleito hoje presidente do parlamento, Jorge Rodríguez falava na sessão de abertura do novo período parlamentar 2025-2026, durante a qual insistiu que Maduro tomará posse em 10 de janeiro, para um novo mandato presidencial de seis anos, na sede do Palácio Federal Legislativo.

"Porque o único órgão capaz e em condições de proclamar as posições da eleição popular na Venezuela, o Conselho Nacional Eleitoral [CNE], proclamou Nicolás Maduro como presidente - não os psicopatas presidentes de países do mundo, não instituições que só obedecem aos desígnios do dólar e muito menos aos desígnios de impérios decadentes", disse, vincando que, segundo a Constituição da Venezuela, cabe ao CNE proclamar quem ocupa os cargos eleitos pelo povo.

O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, sublinhou o representante, procedeu, a pedido de Nicolás Maduro, "a uma exaustiva peritagem nacional e internacional que confirmou e avalizou os resultados estabelecidos pelo CNE".

"Está na Constituição. O resto são mentiras, tretas, um disparate. O resto é história repetida agora como uma tragicomédia [...]. É, mais uma vez, a tentativa de minar as bases da paz na República, de danificar a institucionalidade", disse, acusando a oposição de querer destruir o poder legislativo e de procurar "a dissolução da República para que os seus amos possam tratar de impor os seus desígnios".

"Nós não permitiremos que o façam", declarou.

Rodríguez precisou quem em 2025 a Venezuela realizará eleições parlamentares, para câmaras municipais e de governadores de distritos.

"E este é um ano em que o presidente propôs uma reforma constitucional. A partir daqui. e enquanto aguardamos o desenho desta proposta feita pelo presidente, colocamos a Assembleia Nacional [...] à vossa disposição para acompanhar a discussão, a elaboração de propostas em conjunto com o povo, para que esta reforma constitucional conduza a uma proposta que seja partilhada, endossada e defendida pelas grandes maiorias do povo venezuelano", disse.

A Venezuela realizou em julho de 2024 eleições presidenciais após as quais o CNE atribuiu a vitória ao atual presidente Nicolás Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que Urrutia obteve quase 70% dos votos.

Vários países denunciaram a existência de fraude eleitoral e têm exigido que o CNE apresente as atas de votação para uma verificação independente, o que ainda não aconteceu.

Os resultados eleitorais foram contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.

O presidente toma posse em 10 de janeiro. O Governo enviou 1.200 militares para todo o país para "garantir a paz" antes e durante a cerimónia.

Leia Também: Maduro pede a venezuelanos para que o acompanhem na posse de novo mandato

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