As forças israelitas confirmaram hoje que dezenas de militares foram transportados de helicóptero para a Síria em setembro, para destruir uma fábrica subterrânea de mísseis apoiada pelo Irão e que estava a ser vigiada há anos.
"Este é um dos contra-ataques mais significativos que realizámos contra as tentativas do eixo iraniano de se armar para nos prejudicar, e demonstra a nossa determinação e ousadia em agir em todo o lado para nos proteger", declarou Netanyahu em comunicado.
A operação, realizada em 08 de setembro, mobilizou mais de 100 militares da unidade Shaldag, que destruíram a fábrica após desembarcarem no seu complexo, na região de Masyaf, noroeste da Síria, informou hoje o Exército israelita.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), organização com sede no Reino Unido mas que conta com uma vasta rede de informadores na Síria, relatou na altura a morte de 27 pessoas durante a operação.
O Exército israelita, que não comunicou o número de vítimas, raramente comenta os seus ataques na Síria, mas tem afirmado repetidamente que não permitirá que o Irão expanda a sua presença neste país.
"Os soldados aterraram usando helicópteros, com o apoio de caças e navios da Marinha israelita para disparar e recolher informações", descreveu o Exército, acrescentando que "destruíram o complexo e regressaram em segurança ao território israelita".
O complexo, segundo os militares israelitas, incluía linhas de montagem avançadas concebidas para fabricar mísseis guiados com precisão e 'rockets' de longo alcance, "aumentando assim significativamente o fornecimento de mísseis ao [grupo xiita libanês] Hezbollah e a outros grupos terroristas iranianos" na região.
"Esta fábrica de mísseis guiados com precisão foi escavada na encosta de uma montanha subterrânea na região de Masyaf", indicou o porta-voz do Exército, Nadav Shoshani, referindo que a maioria dos componentes era proveniente do Irão e que a unidade tinha capacidade para produzir centenas de mísseis por ano.
O Exército destruiu também um centro de investigação científica utilizado para o desenvolvimento de armamento e no qual trabalhavam especialistas iranianos, informou na altura o OSDH, numa ofensiva condenada por Teerão, que a considerou um "ataque criminoso".
Desde a queda do Presidente sírio Bashar al-Assad, afastado do poder em 08 de dezembro por uma coligação de rebeldes armados, Israel realizou centenas de ataques em território sírio visando instalações militares, alegando que pretende evitar que o arsenal do regime deposto possa ser usado contra o seu território.
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