Cecilia Sala, uma jornalista italiana de 29 anos, está detida desde 19 de dezembro na famosa prisão de Evin, em Teerão, mas a sua detenção só foi tornada pública na passada sexta-feira, 27 de dezembro. Em declarações à imprensa italiana, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Itália, Antonio Tajani, reconheceu que em causa está "uma questão que é complicada".
"Estamos a tentar resolver uma questão que é complicada", disse Tajani, citado pela agência de notícias ANSA, acrescentando que o objetivo é "garantir que Cecilia Sala está detida nas melhores condições possíveis".
Questionado sobre quando é que a jornalista poderá ser libertada, o ministro respondeu: "Espero que em breve, mas não depende de nós".
"Está detida, o que não é ideal, mas está a ser alimentada e está numa cela individual", acrescentou. "Parece que ela está a ser tratada de uma forma que respeita a dignidade pessoal. Até agora não recebemos reações negativas".
Já o gabinete da primeira-ministra, Giorgia Meloni, afirmou que a governante "acompanha de perto o assunto complexo" e que Roma está a tentar "todas as vias possíveis de diálogo" para trazer Sala de volta "o mais rápido possível".
O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano adiantou que a razão oficial para a detenção da jornalista ainda não é clara e recusou comentar se poderia estar relacionada com a detenção de um cidadão iraniano em Itália, a pedido dos Estados Unidos.
Cecilia Sala, natural de Roma, é correspondente do diário italiano Il Foglio e tem também o seu próprio 'podcast'. Partiu de Itália para o Irão no dia 12 de dezembro com um visto de jornalista válido e a sua viagem de regresso a Roma estava prevista para 20 de dezembro, mas foi detida um dia antes.
Os políticos italianos de vários partidos têm apelado ao Governo para que garanta a libertação de Sala, enquanto a escritora Alessia Piperno, que esteve detida na famosa prisão de Evin, em Teerão, durante 45 dias em 2022, instou a jornalista a manter a coragem e a energia e mandou um abraço aos pais.
É nesta prisão que tem estado detida a ativista iraniana Narges Mohammadi, Nobel da Paz em 2023.
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