A readmissão está sujeita a vários requisitos e à apresentação de uma série de documentos, segundo avançou hoje a agência noticiosa oficial síria SANA.
"O requerente não deve ter sido condenado por qualquer crime grave ou hediondo" é um dos requisitos estabelecidos pelo ministério e citados pela agência noticiosa, que não detalha os tipos de crime em causa.
Os requisitos também estabelecem que "a data de deserção do antigo regime deve estar compreendida entre 2011 [ano do início da guerra civil na Síria] e 2021", e que o candidato deve passar por vários cursos programados, cujo conteúdo não foi divulgado, além de estar em boa saúde e boa forma física.
O processo de candidatura já está aberto e decorre até ao próximo dia 06 de janeiro através de um 'link', no qual os candidatos terão de responder a um pequeno questionário sobre as condições requeridas e anexar documentação.
Com este procedimento, o governo provisório sírio dá mais um passo no sentido de reincorporar na sua estrutura os desertores do regime de Assad, neste caso funcionários públicos
Anteriormente, a nova administração tinha prometido uma amnistia aos militares que depusessem as armas e se apresentassem nos chamados "centros de reconciliação" para regularizar a sua situação.
Numa ofensiva relâmpago iniciada a 27 de novembro, uma coligação de grupos rebeldes liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por vários países ocidentais, tomou as posições das tropas governamentais sírias em poucos dias e apoderou-se de Alepo, que era em grande parte controlada pelo regime.
Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, foi derrubado no dia 08 de dezembro e fugiu com a família para a Rússia.
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