"Ainda é muito cedo para tirar conclusões sobre a razão do sucedido, mas sabemos quem foi o responsável", disse Alexander Stubb, numa conferência de imprensa após uma reunião com o comité de ministros dos Negócios Estrangeiros e da Segurança para discutir o assunto.
O Presidente finlandês afirmou que manteve informados os principais atores internacionais, tanto da União Europeia (UE) como da NATO, e que falou com o secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, entre outros.
"Falámos sobre a necessidade de aumentar a vigilância e de o fazermos em conjunto. Também falámos sobre a melhor forma de proteger as nossas infraestruturas europeias comuns", disse Stubb.
O chefe de Estado afirmou que a Finlândia e a Estónia pediram à NATO para aumentar a sua presença na região, especialmente em torno de infraestruturas críticas, na sequência de numerosos incidentes no Mar Báltico nos últimos meses.
O próprio Rutte confirmou, numa publicação nas redes sociais após as conversações com Stubb, que a NATO irá aumentar a sua presença militar nas águas do Báltico.
"Se há três incidentes deste tipo num ano, então temos de tirar a conclusão de que não podem ser meras coincidências ou acidentes", disse Stubb.
No entanto, ressalvou, não se deve tirar conclusões precipitadas de que se trata de atos de sabotagem instigados pela Rússia, no âmbito da sua estratégia de utilização de ataques híbridos contra a Europa Ocidental.
Ao mesmo tempo, procurou enviar uma mensagem tranquilizadora, sublinhando que a Finlândia tem a capacidade de responder, investigar e aprender com estas situações.
"Não há nada com que nos preocuparmos", garantiu.
"A nossa mensagem é muito clara: temos a situação sob controlo e devemos continuar a cooperar, vigilantes para garantir que as nossas infraestruturas críticas não sejam danificadas por estranhos", sublinhou.
Em 25 de dezembro, dia de Natal, foram detetadas falhas no cabo elétrico submarino Estlink 2, entre a Finlândia e a Estónia, e em quatro cabos de telecomunicações que ligam a Finlândia à Estónia e à Alemanha.
As primeiras investigações apontaram como o principal suspeito das falhas o petroleiro "Eagle S", registado nas Ilhas Cook e suspeito de pertencer à chamada frota-fantasma russa, utilizada por Moscovo para contornar as restrições impostas pelas potências ocidentais às suas exportações de petróleo.
O navio foi intercetado pelas autoridades finlandesas e desviado para águas territoriais finlandesas, onde está a ser mantido para investigação sobre o seu possível envolvimento no incidente.
A União Europeia já condenou a "destruição deliberada" de infraestruturas europeias, com o presidente do Conselho Europeu, António Costa, a prometer ações contra a frota-fantasma russa.
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