O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão, Mumtaz Zahra Baloch, afirmou que "o Paquistão realizou uma operação nas zonas fronteiriças do Afeganistão" e sublinhou que Islamabad "sempre deu prioridade ao diálogo nos assuntos relacionados com os laços com o Afeganistão".
"Respeitamos a integridade e a soberania do Afeganistão", garantiu Baloch, referindo ter-se tratado de "uma operação baseada em informações dos serviços secretos" contra "ameaças de elementos terroristas contra o Paquistão e os seus cidadãos", avançou o jornal paquistanês Dawn que cita o representante da diplomacia paquistanesa.
Os ataques, que terão resultado na morte de 25 alegados membros do grupo TTP, foram perpetrados contra a província afegã de Paktika, desencadeando condenações do regime talibã, que regressou ao poder no Afeganistão em agosto de 2021.
As autoridades paquistanesas têm criticado muito os talibãs pelo que consideram ser inação face ao TTP e os seus contínuos ataques no Paquistão, razão pela qual ameaçaram, várias vezes, realizar operações transfronteiriças se Cabul não agisse duramente contra o grupo terrorista.
O grupo TTP, que difere dos talibãs afegãos em questões organizacionais, mas segue a mesma interpretação rigorosa do Islão sunita, reúne mais de uma dezena de grupos militantes islamitas que operam no Paquistão, onde mataram cerca de 70 mil pessoas em duas décadas de violência.
O regime talibã do Afeganistão denunciou, na quarta-feira, um ataque aéreo lançado pelo Paquistão contra alegados campos de insurgentes em solo afegão, considerando ter-se tratado de "um claro ato de agressão" e "uma clara violação do direito internacional" e alertou que mantém o direito de defender o seu território e a sua população.
Segundo o governo talibã afegão, 46 pessoas foram mortas, incluindo crianças e outros civis.
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