Além da atual disputa comercial com os Estados Unidos, o BCE terá de avaliar diferentes fatores para a sua política monetária e ter em conta "a fraqueza da economia europeia" e as crescentes "tensões geopolíticas" a nível mundial.
Tudo isto é marcado pelo "aumento da incerteza, especialmente devido aos anúncios por vezes contraditórios das políticas comerciais dos Estados Unidos", que "nos obrigam a ser cautelosos na redução das taxas de juro", observou Panetta, no relatório apresentado à Assembleia Ordinária dos Participantes do Banco de Itália, que foi citado pela imprensa local.
Segundo o responsável, o cenário atual "é de desaceleração do consumo e dos investimentos", o que por um lado "ajuda a conter a inflação".
No entanto, o combate à subida dos preços "ainda não pode terminar", pelo que será "essencial acompanhar atentamente todos os fatores que poderão dificultar o regresso à meta dos 2%".
Panetta sublinhou ainda que o atual contexto de tensões geopolíticas e comerciais representa uma penalização para o comércio internacional e agrava a fragmentação da economia mundial, o que contribui "para o abrandamento da atividade produtiva".
O BCE cortou as taxas duas vezes este ano, ambas reduções de 25 pontos base. Após a última reunião, de 06 de março, a presidente da instituição, Christine Lagarde, indicou que as próximas decisões serão adotadas "reunião após reunião", e que poderá haver uma pausa nos cortes se as condições assim o exigirem.
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