Direção da Associação de Lesados do Banif demite-se após "promessas vãs"

A direção da Associação de Lesados do Banif (Alboa) demite-se hoje, numa assembleia de associados, após anos de "promessas vãs" dos governos, disse à Lusa Jacinto Silva, presidente da entidade.

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Lusa
31/03/2025 19:44 ‧ há 2 dias por Lusa

Economia

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O agora demissionário presidente da Alboa disse, ao "fim de oito anos", que "acreditar nas promessas que se tornaram promessas vãs" conduziu a "um cansaço e uma desilusão completa".

 

"Se alguém acreditava nas promessas de encontrar uma solução para os lesados fui eu, e nada aconteceu", lamentou.

Apontando o dedo ao anterior governo, liderado por António Costa, Jacinto Silva disse que "obviamente, o último passo foi criar uma comissão, um grupo de trabalho, e em Portugal quando se cria grupos de trabalho é para não resolver".

"E mais uma vez confirmou-se", criticou. "Nem sequer deixaram o trabalho feito, nem sequer o passaram para o novo governo", referiu, indicando que da parte do executivo liderado por Luís Montenegro "também não se vislumbra a solução".

Segundo Jacinto Silva, haverá agora novas eleições, assegurando que existe "seguramente, no meio de tantos lesados", pessoas competentes que irão dar "continuidade a todo o trabalho que foi desenvolvido até agora".

Garantiu ainda que a direção que agora se demite não deixa "de apoiar quem vier naquilo que for necessário".

Nos meses finais de 2022 arrancaram no Ministério das Finanças reuniões de um grupo de trabalho para encontrar uma solução que compense os investidores não qualificados do Banif, das sucursais exteriores do Banco Espírito Santo (BES) e do Banco Privée pelas perdas sofridas na queda destes bancos.

Há anos que estes lesados têm tido promessas políticas de verem o seu problema minorado, mas o processo tem-se arrastado.

O BES terminou em agosto de 2014 e o Banif em final de 2015, deixando lesados milhares de clientes que investiram em títulos financeiros.

Em dezembro de 2019, uma comissão de peritos nomeada pela Ordem dos Advogados concluiu que foram encontrados indícios de práticas ilícitas na venda dos produtos financeiros no Banif e validaram 2.330 pedidos de lesados, sendo o valor dos investimentos em causa de 230 milhões de euros.

Segundo a Alboa, o 'lesado Banif' tem em média 61 anos, baixa escolaridade (39% têm escolaridade inferior ao 4.º ano do ensino básico) e é proveniente dos Açores ou Madeira. A aplicação média é de 73,5 mil euros e as obrigações subordinadas Banif são o produto financeiro mais comum.

Leia Também: Bancos controlados por capital estrangeiro são 60% do sistema português

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