Wall Street fecha em forte baixa inquieta com as taxas alfandegárias

A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em forte baixa, com os investidores inquietos a poucos dias da concretização do anúncio de Donald Trump de novas taxas alfandegárias e em contexto de inflação resistente.

Notícia

© Lusa

Lusa
28/03/2025 22:14 ‧ há 3 dias por Lusa

Economia

Bolsas

Os resultados da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 1,69%, o alargado S&P500 perdeu 1,97% e o tecnológico Nasdaq desvalorizou 2,70%.

 

"Trata-se de um mercado que está a baixar de forma durável de significativa", estimou Adam Sarhan, de 50 Park Investments, em declarações à AFP.

"O receio é que as taxas alfandegárias, que vão entrar em vigor em 02 de abril (...) provoquem um arrefecimento económico", acrescentou, o que vai afetar os resultados das empresas.

Os investidores estão a navegar à vista até 02 de abril, data que Trump já considerou o "Dia da Libertação".

Na altura, este deve detalhar o seu plano sobre o que disse serem as "taxas alfandegárias recíprocas", que em tese envolvem todas importações dos EUA.

Estas vêm acrescentar-se a outras taxas alfandegárias, anunciadas ou já em vigor, como as incidentes sobre o aço e o alumínio. Sem contar com as taxas punitivas sobre os automóveis fabricados fora dos EUA, previstas para começarem a ser aplicadas a partir de 03 de abril.

"Parece que vamos ter mais taxas alfandegárias (...), porque os outros países não cedem" e preveem retaliar, realçou Sarhan.

"Isto pode conduzir a um arrefecimento da economia internacional, o que pode prejudicar os lucros, e se estes baixam, as cotações baixam", resumiu.

A praça bolsista também sofreu com os números do índice PCE, sobre as despesas de consumo pessoal, que a Reserva Federal (Fed) considera um dos principais indicadores da inflação.

Este indicador, o ritmo da inflação não abrandou em fevereiro, ao ser de 2,5%.

Já a dita inflação subjacente, que exclui preços voláteis, como os da alimentação e energia, acelerou para 2,8%, dos 2,7% de janeiro.

"A inflação é o inimigo número um da Fed", acentuou Sarhan.

"Se a inflação aumentar, a Fed deve subir a sua taxa de juro (...), o que vai diminuir a atividade e o crescimento da economia", acrescentou.

"Acrescente a isto o que se está a passar com as taxas alfandegárias e obtém-se a receita perfeita de uma recessão", concluiu.

Leia Também: Bolsa de Lisboa encerra em alta em contraciclo com a restante Europa

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas