Lançado hoje pela DHL e pela New York University (NYU) Stern School of Business, o DHL Trade Atlas 2025 analisa as principais tendências do comércio global e destaca que, apesar da incerteza que paira sobre as políticas comerciais após a reeleição de Donald Trump, "o crescimento do comércio global se tem revelado surpreendentemente resiliente face às recentes perturbações".
"Mesmo que a nova administração dos EUA implemente todos os aumentos de tarifas propostos e outros países retaliem, o comércio global ainda deverá crescer nos próximos cinco anos, mas a um ritmo muito mais lento", refere, detalhando que as mais recentes previsões apontam para um crescimento do comércio de mercadorias a uma taxa anual composta de 3,1% entre 2024 e 2029.
Citado num comunicado, o presidente executivo da DHL Express, John Pearson, afirma existir ainda "um potencial significativo para o crescimento do comércio nas economias avançadas e emergentes em todo o mundo".
Prova disso é que, mesmo após décadas de crescente integração da economia mundial através do comércio, apenas 21% do valor de todos os bens e serviços produzidos em todo o mundo acabam num país diferente daquele onde foram produzidos.
Por sua vez, Steven A. Altman, da NYU Stern School of Business e autor do estudo, considera que, "embora os EUA possam recuar no comércio -- a um custo significativo --, não é provável que outros países sigam esse caminho, porque os mais pequenos sofreriam ainda mais com um recuo global do comércio".
De acordo com as conclusões do trabalho, as mudanças nos padrões do comércio global impulsionadas pela geopolítica "permanecem limitadas e parecem ter estagnado em 2024", sendo que, embora o comércio entre os blocos de aliados próximos tenha diminuído face aos anos de 2022 e 2023, não se registaram mais quedas nos primeiros nove meses de 2024.
As evidências sugerem ainda que o conflito comercial entre os EUA e a China "não reduziu significativamente" a dependência dos EUA face aos produtos chineses.
O DHL Trade Atlas 2025 destaca três países entre os 30 melhores do mundo em termos de velocidade (taxa de crescimento) e de escala (valor absoluto) da evolução de volume de comércio de mercadorias nos últimos cinco anos: os Emirados Árabes Unidos, o Vietname e a Irlanda.
Já nos próximos cinco anos, a previsão é que a Índia, o Vietname, a Indonésia e as Filipinas estejam entre os 30 primeiros em termos de velocidade e escala de crescimento do comércio, destacando-se também a Índia como o país com o terceiro maior valor absoluto de crescimento comercial previsto (6% do comércio global adicional), apenas atrás da China (12%) e dos EUA (10%).
Relativamente a Portugal, o relatório coloca-o em 2024 no 41.º lugar do 'ranking' de países em termos de valor do comércio, prevendo que venha a ocupar a 46.ª posição até 2029, sendo que a taxa de crescimento do volume de comércio deverá aumentar dos 2,6% registados entre 2019 e 2024 para 3,6% entre 2024 e 2029.
Em termos de regiões, prevê-se que, entre 2024 e 2029, o sul da Ásia, a África Subsaariana e o sudeste asiático registem um crescimento "muito mais rápido" do volume de comércio do que todas as outras regiões.
Já a Europa, embora com um crescimento mais lento, deverá gerar uma percentagem maior (30%) do crescimento total do comércio mundial, enquanto as economias mais desenvolvidas deverão responder por 58% do crescimento do comércio e as economias com nível de desenvolvimento baixo e médio por 42%.
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