Banqueiros dizem que aquisições não são corridas e têm de trazer valor

Os presidentes dos principais bancos privados disseram hoje, no Fórum Banca, que as aquisições têm de trazer valor para a instituição que compra, não são uma corrida que tem de ser ganha, a propósito da venda do Novo Banco em mercado.

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Irina Melo
12/03/2025 12:11 ‧ há 6 horas por Irina Melo

Economia

Fórum da Banca

"Isto não é uma corrida de caricas, é trazer valor para o banco", disse o presidente do BCP, Miguel Maya, no painel com vários banqueiros no Fórum Banca, organizado pelo Jornal Económico hoje em Lisboa.

 

O gestor considerou que neste tema, especificamente relacionado com a venda do Novo Banco, "as pessoas querem respostas simples, ver resultados imediatos" quando são processos complexos.

Sobre uma eventual concentração bancária na sequência da compra do Novo Banco, Maya considerou que perante a Lone Star (principal acionista do Novo Banco) ter dito que quer vender o banco para já em bolsa (através de uma OPV - Oferta Pública de Venda ou IPO - Initial Public Offering na expressão em inglês habitualmente usada) não deverá haver concentração a médio prazo.

"Um acionista disse já que ia haver IPO, não me parece que haja concentração bancária nos próximos 12 meses", disse.

Também para o presidente do Santander Totta em qualquer aquisição "tem de haver racionalidade económica" e, especificamente sobre o Novo Banco, considerou que até pode "aparecer um 'player' internacional a querer ter presença forte em Portugal".

Também pelo BPI, João Pedro Oliveira e Costa, disse que "é tudo uma questão de valor".

Crédito Agrícola e banco Montepio, por seu lado, põem de lado qualquer intervenção no dossiê Novo Banco, mas veem vantagens na ida daquele banco para mercado.

O presidente do Crédito Agrícola, Licínio Pina, ironizou que uma venda do Novo Banco com fusão em Portugal entre bancos até seria uma "vantagem para o Crédito Agrícola", pois "passava de quinto para quarto" maior banco do sistema.

Para Pedro Leitão, presidente do Montepio, "a solução em cima da mesa, a acontecer, é fantástica para o mercado de capitais". Atualmente, apenas o BCP tem ações cotadas em bolsa.

Os presidentes da Caixa Geral de Depósitos e do Novo Banco não estiveram presentes no Fórum Banca.

O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte da atividade bancária do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.

Atualmente, é detido em 75% pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star e em 25% pelo Estado português (o Fundo de Resolução detém 13,54% e o Estado detém 11,46% através da Direção-Geral do Tesouro e Finanças).

É público que a Lone Star quer vender já parte do Novo Banco, sendo o objetivo inicial dispersar capital em bolsa (25% a 30%).

Para isso, a Lone Star precisa de compromissos do Estado português, já que detém 25% do Novo Banco.

Na semana passada, o presidente executivo (CEO) do Novo Banco disse, numa conferência telefónica com analistas, que não espera qualquer impacto da crise política em Portugal no processo de venda do banco.

Mark Bourke afirmou que, seja PS ou PSD no governo, ambos praticam "políticas que são muito conservadoras em termos orçamentais e sólidas em termos económicos", pelo que espera que qualquer conversa sobre a venda do Novo Banco, seja ida para a bolsa ou venda direta, aconteça "sem entraves".

"Esperamos que essencialmente assim continue", disse.

O Novo Banco teve lucros de 744,6 milhões de euros em 2024, apenas mais 0,2% face a 2023.

Leia Também: É isto (tudo) que pode fazer com uma conta de serviços mínimos bancários

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