"Este é um novo começo", declarou Abiy Ahmed na inauguração em Adis Abeba, exortando os etíopes a "assumir riscos" num discurso antes de tocar simbolicamente o tradicional sino que dá início às sessões da bolsa.
"Faremos do mercado de capitais um sucesso", garantiu, citado pela agência francesa de notícias, a France-Presse (AFP).
O presidente da Bolsa de Valores da Etiópia (ESX), Tilahun Kassahun, afirmou, sem dar um calendário, que a ambição é ter 90 empresas cotadas e quatro milhões de investidores.
A última bolsa de valores do país foi encerrada há quase 50 anos, após a queda do imperador Haile Selassie, em 1974, e a chegada ao poder de um regime de inspiração marxista, o Derg, que nacionalizou a economia.
Nos últimos meses, as autoridades adotaram uma série de reformas económicas para atrair os investidores, e em dezembro o Parlamento aprovou uma liberalização parcial do sistema bancário, permitindo o estabelecimento de operadores estrangeiros.
Em outubro, o Governo organizou as primeiras vendas de ações do operador público de telecomunicações Ethio Telecom, até ao máximo de 10%, uma reforma que se segue à liberalização da taxa de câmbio, em julho, uma das condições para o país beneficiar do programa atual do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A reabertura da bolsa "já devia ter acontecido há muito tempo", comentou à AFP o analista independente Samson Berhane, acrescentando que isso "ajudaria os investidores a angariar fundos a longo prazo e até a regularizar os mercados obrigacionistas e interbancários".
Segundo país mais populoso de África, com cerca de 120 milhões de habitantes, a Etiópia registou elevadas taxas de crescimento económico, frequentemente superiores a 10% ao ano, entre 2004 e 2019.
Os efeitos da pandemia de covid-19 e o impacto da invasão da Ucrânia pela Rússia afetaram nos anos subsequentes o crescimento, que baixou para uma média de 5,9% entre 2020 e 2023, com a inflação a subir de 20,4% para 30,2% no mesmo período, de acordo com os dados do Banco Mundial citados pela AFP.
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