Rota no Benfica com fim... e Taça partida. O que é feito de Paulo Lopes?

Antigo guarda-redes português é o protagonista da 10.ª edição da rubrica 'O que é feito de...?' do Desporto ao Minuto.

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Miguel Simões
16/11/2024 08:04 ‧ 16/11/2024 por Miguel Simões

Desporto

O que é feito de...?

Paulo Jorge Pedro Lopes começou a dar nas vistas no Benfica, não só como jogador, mas também como treinador. Só depois de um percurso de 12 anos consecutivos na Luz (ou 21 anos no cômputo geral) é que decidiu 'abraçar' uma nova aventura, no Sindicato dos Jogadores, mas com várias histórias que valem a pena ser relembradas.

 

Nascido em Mirandela, em setembro de 1978, o antigo guarda-redes arrancou a sua carreira futebolística no clube da terra e, só depois anos depois, rumou ao clube encarnado, em 1993/94, na altura ao serviço dos juvenis. Seguiram-se os juniores e, a partir de 1996/97, a tão almejada subida à equipa principal, embora não tenha conseguido ser a primeira opção.

Após três temporadas a ver tudo a partir do banco (embora com chamadas às camadas jovens da seleção nacional), Paulo Lopes foi emprestado ao Gil Vicente - onde fez a estreia na I Liga, frente ao Sporting, naquele que foi o seu único jogo na época 1999/2000 -, rumando na época seguinte ao Barreirense. O regresso à Luz não permitiu mais do que seis jogos pela equipa B, em 2001/02, pelo que essa foi a altura escolhida para seguir um novo caminho.

O guardião luso, na altura com 24 anos, passou duas épocas pelo Salgueiros, na II Liga, competição onde se manteve numa nova aventura, no Estrela da Amadora, ajudando a equipa da Reboleira a subir à elite do futebol português, em 2005. O filme repetiu-se no Trofense, uma vez que, na primeira de duas épocas no clube nortenho, também contribuiu para a subida da II para a I Liga. Como 'não há duas sem três', eis que a sua passagem pelo Feirense também culminaria num regresso à primeira divisão - desta vez não no primeiro ano, mas sim no segundo, em 2011.

Notícias ao Minuto Apesar de ter estado pouco tempo em campo com a camisola das águias, o guarda-redes português ainda chegou a participar num Clássico, frente ao FC Porto (2-1), na última ronda do campeonato 2013/14.© Getty Images  

Não faltavam provas da sua importância em campo, mas faltavam títulos. E foi então que, em 2012/13, Paulo Lopes regressou ao Benfica para encerrar a sua carreira, com diversas conquistas, 'à boleia' de uma altura em que o clube da Luz se sagrou tetracampeão nacional.

O experiente guarda-redes até fez cinco jogos (e uma inesperada assistência) na sua primeira época, mas essa terá sido a mais difícil de gerir num período que acabou por ser de glória, relembrando aquele maio de 2013 'assombroso', com a equipa de Jorge Jesus a perder o campeonato para o FC Porto, com uma derrota no Dragão (2-1), para além da final da Liga Europa perdida para o Chelsea (2-1) e a da final da Taça de Portugal em que o Vitória SC saiu a sorrir (2-1). Depois da 'época do quase', lá veio o sucesso.

Com três jogos em 2013/14, Paulo Lopes viu o Benfica conquistar o primeiro de quatro campeonatos consecutivos e ainda a Taça de Portugal e a Taça da Liga, sendo que este 'mar' de troféus permitiu um episódio caricato - que ainda é hoje é associado ao nome de Paulo Lopes - no verão de 2014. A conquista da Supertaça Cândido de Oliveira, frente ao Rio Ave (0-0, 3-2 nas grandes penalidades), levou Paulo Lopes a subir para cima da trave de uma das balizas do Estádio Municipal de Aveiro, mas acabou por partir o troféu, cortando-se inclusivamente numa das mãos.

A época 2014/15 ficou marcada pelo bicampeonato do Benfica, mas não pelo de Paulo Lopes. Já com o título garantido na penúltima jornada, em Guimarães, o clube encarnado preparava-se para fazer a festa na última ronda, frente ao Marítimo (4-1), mas houve uma contrariedade em campo que impossibilitou a entrada do guarda-redes, que só tinha somado minutos numa partida da Liga dos Campeões em toda a temporada. A lesão de Salvio 'forçou' Jorge Jesus a esgotar as substituições para permitir que fosse Hany Mukhtar a ficar com a medalha de campeão.

Notícias ao Minuto Paulo Lopes conviveu bem de perto com guarda-redes como Júlio César, Bruno Varela, Artur Moraes e Ederson Moraes.© Getty Images  

A 'turbulenta' saída de Jesus para o Sporting não impediu que o Benfica, sob o comando técnico de Rui Vitória, conquistasse os dois campeonatos seguintes. De olho apenas em alguns minutos que culminassem na entrada para a lista de campeões, Paulo Lopes apenas foi a jogo na última ronda, tanto do tricampeonato (nove minutos na goleada frente ao Nacional), como do tetracampeonato (12 minutos no empate frente ao Boavista),  levantando os troféus em cima da baliza... mas sem se cortar.

Sem qualquer jogo na temporada 2017/18, o experiente guarda-redes decidiu 'pendurar as botas', com 40 anos, ainda que tenha manifestado a vontade de jogar até aos 45, deixando para trás um registo de 298 jogos - em dez épocas na equipa principal do Benfica, disputou um total de 11 partidas e ainda arrecadou nove títulos.

Certo é que, sem jogar, continuou em jogo. Na época imediatamente a seguir, Paulo Lopes assumiu o cargo de treinador de guarda-redes dos sub-23 e dos bês das águias, algo que desempenhou durante três épocas, até que assumiu o cargo de técnico adjunto, dos sub-23 em 2021/22 e dos bês em 2022/23. Já na temporada passada, o antigo guardião aceitou o desafio de liderar os sub-23, mas o pobre registo de oito vitórias em 29 jogos deixou a equipa bem longe do título na Liga Revelação... ditando um fim de ciclo.

Após ter passado mais de metade do seu percurso futebolístico no Benfica, Paulo Lopes aceitou o desafio de comandar a equipa do Sindicato dos Jogadores, esta época, por escolha do presidente Joaquim Manuel Evangelista, naquele que é um contexto distinto de treinar um clube como o que havia feito até então. Poderá ainda o ex-guardião do Benfica 'dar cartas' na elite do futebol português? O futuro o dirá.

Notícias ao Minuto Paulo Lopes esteve 15 anos ligado ao Benfica como jogador e mais seis como treinador.© Getty Images  

Todas as semanas o Desporto ao Minuto apresenta-lhe uma nova edição da rubrica 'O que é feito de...?', que pretende recordar o percurso de algumas personalidades do mundo futebolístico que acabaram por cair no esquecimento. 

Leia Também: De jogador para treinador... e presidente. O que é feito de Hugo Almeida?

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