"Vamos recomendar à comissão de tarifas que convoque greves de alerta nas instalações da Volkswagen, assim que terminar a obrigação de paz social, ou seja, a partir de 01 de dezembro", disse aos jornalistas o dirigente sindical Thorsten Gröger, citado pela AFP.
Os trabalhadores da Volkswagen manifestaram-se hoje em Wolfsbugo, onde está sediado o grupo automóvel, por ocasião da terceira ronda de negociações da empresa com os sindicatos.
O grupo confirmou, em 30 de outubro, que tenciona avançar com cortes salariais de 10% na Alemanha, para conseguir "manter-se competitivo" e "salvaguardar os postos de trabalho".
Em comunicado enviado então, a fabricante alemã indicava que "devido à crise económica na indústria automóvel", não consegue "satisfazer a exigência do sindicato de um aumento salarial de 7%".
"Em vez disso, a empresa acredita que a redução dos salários em 10% daria à Volkswagen AG os meios para fazer investimentos futuros, de modo a manter-se competitiva e, assim, salvaguardar os postos de trabalho", lia-se na nota de imprensa.
Arne Meiswinkel, que integra o Conselho de Administração do grupo Volkswagen e é responsável pela área dos recursos humanos, assinalou que "as operações bem-sucedidas são um pré-requisito para a segurança no emprego" e que esse "é o objetivo do grupo".
"Portanto, uma das coisas que precisamos de fazer é reduzir os custos laborais [...] para um nível competitivo em relação ao 'benchmark' da indústria", afirmou, citado na nota de imprensa.
O administrador financeiro ('Chief Financial Officer', CFO) da empresa, Arno Antlitz, tinha confirmado no mesmo dia, em conferência de imprensa por ocasião da apresentação dos resultados financeiros, que o grupo estava a considerar cortes "severos" e que iria tomar "decisões difíceis e dolorosas" na Alemanha.
A Volkswagen teve um lucro de 7.590 milhões de euros até setembro, menos 33,1% face ao período homólogo, devido à queda das vendas na China.
A empresa afirmou que os resultados financeiros foram afetados pelos custos fixos mais elevados e por provisões para realizar uma reestruturação, numa altura em que considera "urgentemente necessário" reduzir os custos "de forma significativa".