O voto de pesar, da autoria do presidente do parlamento, foi lido em plenário por José Pedro Aguiar-Branco, que estava visivelmente emocionado, antes de os deputados assinalarem o momento com o habitual minuto de silêncio.
A Assembleia da República manifestou o seu "profundo pesar" pela morte do ex-ministro e endereçou "sentidas condolências" a familiares, amigos e "companheiros de partido", "na certeza de que o exemplo de integridade, simplicidade e magnanimidade de Miguel Macedo perdurará na memória coletiva".
O texto recorda que Miguel Macedo nasceu em Braga, em maio de 1959, era formado em Direito pela Universidade de Coimbra, onde exerceu funções associativas, tendo sido também "um destacado dirigente da Juventude Social Democrata e, posteriormente, do Partido Social Democrata".
"Foi eleito deputado à Assembleia da República em sete legislaturas, sempre pelo seu círculo eleitoral de origem. Entre 1990 e 1991, exerceu funções como secretário de Estado da Juventude do primeiro governo de maioria absoluta de Aníbal Cavaco Silva. Mais tarde, entre 2002 e 2005, integrou os executivos de Durão Barroso e de Pedro Santana Lopes, na qualidade de secretário de Estado da Justiça", é elencado no pesar.
Miguel Macedo foi ainda secretário-geral do PSD entre 2005 e 2007, líder da bancada do PSD no final da XI legislatura e, entre 2011 e 2014, desempenhou funções como ministro da Administração Interna do governo de Pedro Passos Coelho.
"Homem de convicções firmes e de reconhecida competência, Miguel Macedo deixou uma marca indelével na governação e no parlamento. Após a sua última passagem pelo governo, dedicou-se à advocacia e tornou-se comentador político, oferecendo à sociedade uma voz experiente, cordata e afável, empenhada no diálogo democrático e na construção de pontes", é enaltecido.
A Assembleia da República aprovou, também por unanimidade, um voto de pesar apresentado pelo CDS-PP pela morte de Manuel Armando Dias Alves, que morreu na sexta-feira.
Armando Alves foi presidente da junta de freguesia de Merufe, no concelho de Monção (distrito de Viana do Castelo), durante 33 anos.
Foi também deputado à Assembleia da República eleito pelo CDS-PP, pelo círculo eleitoral de Viana do Castelo, na décima legislatura.
"Trata-se de um homem de raras qualidades e eloquentes virtudes, que o conduziram a uma admiração profunda dos seus conterrâneos, ao reconhecimento e gratidão de milhares a quem serviu, ajudou e apoiou", refere o voto de pesar lido pelo líder parlamentar do CDS-PP.
Paulo Núncio assinalou também que Manuel Armando Dias Alves teve "uma vida recheada de bem fazer e de fazer bem" e foi "um ser humano cumpridor, exemplar, dotado de inúmeras qualidades, que soube utilizar em proveito dos outros, sem ponta de egoísmo, uma personalidade invulgar e rara".
No final das duas votações e de o plenário ter cumprido um minuto de silêncio, o presidente da Assembleia da República disse que "o Governo associa-se a estes dois votos de pesar".
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