Assembleia de Tomar apela à AR para viabilizar desagregação de freguesias

A Assembleia Municipal de Tomar aprovou por unanimidade interceder junto da Assembleia da República (AR) para que "respeite a população" de Serra e Junceira, aprovando a desagregação dessas duas freguesias, foi hoje anunciado.

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© Getty Images/Emmanuele Contini/NurPhoto

Lusa
01/01/2025 12:35 ‧ há 2 dias por Lusa

Política

Tomar

"Nós sempre dissemos que a vontade das populações devia ser soberana e a vontade das populações, quer através da recolha de assinaturas quer através dos seus órgãos autárquicos, votaram pela desagregação", disse hoje à Lusa o deputado municipal da CDU, Bruno Graça, partido que apresentou a proposta à Assembleia Municipal de Tomar e que foi aprovada por unanimidade no dia 27 de dezembro.

 

A medida surge depois de o grupo de trabalho parlamentar dedicado à reversão da reforma administrativa implementada em 2013 ter validado 124 propostas de desagregação de uniões de freguesia, sem incluir nessa lista o pedido das duas localidades do referido concelho do distrito de Santarém.

Embora a votação não seja ainda a final, a comissão do Poder Local e Coesão Territorial ratificou as votações indiciárias tomadas pelo grupo de trabalho que analisou 188 pedidos de desagregação de freguesias unidas aquando da Lei Relvas, em 2012/2013, não tendo a desagregação das freguesias de Serra e Junceira, em Tomar, sido aprovada.

O eleito da CDU disse à Lusa que a proposta apresentada à Assembleia Municipal foi "no sentido de valorizar a posição da população em detrimento de alguma incorreção de ordem administrativa" [processual]. Para nós, a opinião da população deve sobrepor-se a questões meramente administrativas ou burocráticas ou de alguma passividade no processo", declarou.

Na proposta aprovada pela Assembleia Municipal pode ler-se que "as populações da Serra e Junceira sempre demonstraram o seu desejo de reverter a fusão e recuperar as suas freguesias", cuja "vontade foi claramente expressa e consolidada nas decisões unânimes tomadas na Assembleia de Freguesia da União de Freguesias da Serra e Junceira e na Assembleia Municipal de Tomar" com o apoio unânime de todas as forças políticas que integram estes órgãos autárquicos.

O documento aprovado, e que vai ser entregue aos partidos com assento parlamentar, indica que "o Grupo de Trabalho das Freguesias da Assembleia da República não aprovou a proposta de desagregação (...) por motivo de 'ausência de resposta ao pedido de aperfeiçoamento (solicitação no âmbito do critério financeiro)', o que 'não possibilita esclarecer acerca da viabilidade económica--financeira prospetiva, das freguesias a criar', cita.

Contudo, segundo defende a Assembleia Municipal, "verifica-se que foi enviada uma resposta ao pedido de aperfeiçoamento feito pelo Grupo de Trabalho das Freguesias da Assembleia da República" e que, nesse sentido, "não houve ausência de resposta, como é indicado no parecer do referido Grupo de Trabalho, houve, sim, uma resposta incompleta".

No documento aprovado, pode ler-se que, "após plena clarificação da documentação em falta, esta veio a ser entregue a 16 de dezembro de 2024" e que, nesse sentido, "a proposta de desanexação das Freguesias da Serra e Junceira cumpre, no momento presente, todos os documentos solicitados".

Bruno Graça disse esperar que o esclarecimento e a posição unânime da Assembleia Municipal de Tomar permita o "reanalisar da proposta", uma vez que "já contém todos os elementos necessários" à viabilização.

"Entendemos que não deve ser uma questão meramente burocrática a inviabilizar esta pretensão e que, no dia 17 de janeiro, aquando da votação em plenário, a mesma possa corresponder às aspirações da população da Junceira e da Serra", concluiu.

A proposta relativa à atual União de Freguesias de Serra e Junceira é uma das 64 que foram reprovadas pelo grupo de trabalho parlamentar dedicado a reverter as agregações administrativas verificadas em 2013 com base na Lei n.º 22/2012 de 30 de maio e na Lei n.º 11-A/2013 de 28 de janeiro. Divulgada no dia 18 de dezembro, a decisão do chumbo foi justificada com o argumento de esses 64 pedidos não reunirem condições para se concretizar.

Quanto às propostas validadas e já ratificadas pela Comissão do Poder Local e Coesão Territorial, num processo viabilizado pela Lei N.º 39/2021 de 24 de junho, o mesmo grupo de trabalho aprovou 124 pedidos, o que pode devolver mais de 270 freguesias à situação de autonomia de que beneficiavam antes da reforma de 2013.

O mapa administrativo com as freguesias desagregadas tem de estar concluído até seis meses antes das eleições autárquicas, previstas para setembro ou outubro de 2025.

Se os prazos previstos forem cumpridos, 08 de janeiro de 2025 será a data-limite para a entrega, pelos partidos políticos, das iniciativas legislativas para a desagregação das freguesias, que poderão ser discutidas e votadas em sessão plenária no dia 17 de janeiro.

Leia Também: PSD manifesta dúvidas sobre processo para desagregação de freguesias

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