O primeiro-ministro, Luís Montenegro, discursou, esta segunda-feira, no 'Land Defence Industry Day', que decorre hoje no Quartel da Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia, distrito do Porto.
"Eu quero que os portugueses em casa percebam que quando falamos em investir mais nas áreas de Defesa, na indústria de Defesa, nós estamos a falar também de lhes garantir bem-estar no seu dia-a-dia, de lhes garantir bem-estar para continuarem a fazer todos os dias aquilo que estão habituados a fazer", disse o Chefe do Executivo, logo no início da sua intervenção.
Para Luís Montenegro, em causa está a capacidade dos portugueses "poderem viver decidindo o seu próprio dia-a-dia, decidindo por si o seu próprio dia-a-dia".
"Investir na Defesa hoje também significa isto", vincou, referindo mais à frente no seu discurso que "Portugal tem hoje condições excelentes para albergar investimentos na área da Defesa".
De seguida Montenegro falou do que o atual Governo tem feito para melhorar as Forças Armadas portuguesas.
"O Governo português está empenhado, desde o primeiro minuto, em reerguer as Forças Armadas Portuguesas. Reerguer por um dos seus maiores esteiros, que eu diria mesmo, o maior esteiro: os recursos humanos. Não há Forças Armadas sem mulheres nem homens", atirou.
O chefe do Governo vincou ainda a escolha do uso da palavra "investimento" e não "despesa" no setor, falando numa "onda noticiosa do aumento da despesa na Defesa" quando se fazem referências a "atingir um determinado valor de recursos alocados à área da Defesa".
"Faz toda a diferença se olharmos para isso na ótica de apenas fazer despesa ou se olharmos para isso na ótica de promover investimento. Para ser mais direto e claro: nós podemos aumentar os recursos financeiros alocados à defesa apenas comprando material a quem o produz, ou podemos nós próprios produzir equipamentos", assinalou.
Luís Montenegro falou ainda em aproveitar a "capacidade instalada ao nível do conhecimento, ao nível da inovação e da investigação" no país, bem como do "'know-how [competências] das empresas" e da capacidade de "reconversão e revitalização" de algumas indústrias em Portugal, "que se podem reconfigurar para aproveitar agora novos desafios".
"Se podemos aproveitar a qualificação dos nossos recursos humanos, se podemos gerar emprego, e bom emprego e qualificado, se podemos gerar indústria, capacidade indústria específica e toda a outra conexa", o país "tem condições excelentes para albergar" este tipo de investimentos, referiu.
Segundo Luís Montenegro, Portugal tem "excelentes recursos humanos", "uma economia dinâmica, uma das mais dinâmicas da Europa", "estabilidade financeira", "capacidade de financiamento" e "uma administração central que está a trabalhar colocando os seus organismos em diálogo e em coordenação estreita uns com os outros".
O 'Land Defence Industry Day', que se realiza, esta segunda-feira, em Vila Nova de Gaia, foi organizado pelo Exército Português, em parceria com a idD Portugal Defence, a AICEP e o IAPMEI, com o apoio da AED Cluster Portugal.
O encontro visa aprofundar a relação entre o Exército, que irá apresentar os seus programas no domínio terrestre, empresas nacionais, que apresentarão as suas capacidades em Veículos Terrestres e em Sistemas não Tripulados e grandes fabricantes de plataformas militares.
[Notícia atualizada às 12h33]
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