"Com a situação atual, eu acho que Portugal e o Canadá estão numa posição altamente positiva para estreitar esses laços comerciais. Queremos dinamizar o tecido empresarial, não só da comunidade portuguesa, mas também da canadiana", afirmou Aurélio Fernandes.
O presidente da recém-criada câmara recordou que a primeira versão da organização surgiu na província de Alberta, nos anos 1990, mas foi perdendo dinamismo ao longo do tempo.
Agora, com este relançamento, a entidade ganha nova vida: "Com a situação atual, eu acho que Portugal e o Canadá estão numa posição altamente positiva para estreitar esses laços comerciais. Queremos dinamizar o tecido empresarial, não só da comunidade portuguesa, mas também da canadiana."
A cerimónia contou com a presença de cerca de três dezenas de convidados, entre representantes diplomáticos, empresários e dirigentes institucionais.
O embaixador de Portugal no Canadá, António Leão Rocha, destacou a importância da nova estrutura.
"Uma Câmara de Comércio é um veículo fundamental para promover as relações económicas e, em particular, o investimento e o comércio entre dois países. E, muito mais nestes tempos que estamos a viver, é fundamental termos este instrumento. Por isso, estou muito satisfeito por estarmos finalmente a lançá-lo aqui no Canadá", sublinhou.
Reforçando o caráter independente da iniciativa, o diplomata afirmou ainda que "a Câmara de Comércio deve ser uma entidade autónoma, embora em estreita colaboração com a embaixada, os consulados e a AICEP, que é o nosso veículo institucional para promover as relações económicas."
Num momento em que as relações comerciais entre o Canadá e o seu maior parceiro económico estão sob pressão, a criação desta câmara surge como uma resposta estratégica para aprofundar os laços bilaterais com Portugal.
Em 2023, o comércio entre os dois países totalizou 3,7 mil milhões de dólares canadianos (2,395 mil milhões de euros).
As principais exportações canadianas para Portugal incluíram aeronaves, peças, cereais e reatores nucleares. Por sua vez, Portugal exportou sobretudo medicamentos a granel, vinho, calçado de couro e têxteis.
O diretor da AICEP no Canadá, Luís Sequeira, considerou que "a abertura de uma Câmara de Comércio é um momento determinante para a expansão dos laços económicos e comerciais entre Portugal e o Canadá", sublinhando que a nova estrutura servirá de plataforma para atrair investimento e potenciar novos negócios.
"Notamos nas empresas canadianas uma vontade de diversificar mercados, olhar para a Europa como um novo parceiro e, neste contexto, Portugal aparece como uma das principais prioridades", acrescentou.
O cônsul-geral de Portugal em Montreal, Francisco Saraiva, referiu que a iniciativa representa um passo relevante para a comunidade luso-canadiana local.
"É algo que fazia muita falta. Vai permitir agregar os diferentes empresários e negócios portugueses já estabelecidos em áreas como o comércio, a restauração, a construção civil e os serviços financeiros", frisou.
A Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Canadá pretende atuar em várias províncias do país, com especial incidência no Quebeque, Ontário, Alberta e Colúmbia Britânica, fortalecendo a presença portuguesa no panorama económico canadiano e consolidando o eixo de cooperação transatlântica.
No dia 03 de abril terá lugar, no Consulado de Portugal em Toronto, a apresentação da organização aos residentes da província do Ontário.
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