No painel "IA (inteligência artificial), algoritmos e plataformas" da conferência "Desinformação Vs. Liberdade de Expressão", o professor do ISCTE disse que "os LLM's [como o ChatGPT] proporcionam agentes para fazer desinformação e também proporcionam agentes para proteger da desinformação", acrescentando ser uma "realidade bastante complexa".
"A partir do momento em que uma inteligência artificial pode criar, por exemplo, diálogos para fazer comentários, o que está a fazer é manipular o algoritmo para obter uma determinada vontade. Isto vai acontecer mais frequentemente [...] e tem de se encontrar maneiras de controlar a existência da inteligência artificial com muitos e muitos dispositivos", disse.
Por sua vez, a investigadora do LIP (Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas) Joana Sá referiu que "a única hipótese para resolver os problemas dos algoritmos são as políticas públicas e regulação que devem proteger a população e garantir uma melhor qualidade dos serviços", pois as plataformas não dizem o que são os algoritmos nem como funcionam.
Para a investigadora perceber a forma como os algoritmos funcionam não é difícil, até porque "a partir do momento em que se percebe a forma como os algoritmos funcionam é muito fácil de os manipular", mencionando a política enquanto área onde está manipulação é propícia.
Carolina Moreno, professora universitária, salientou a necessidade de "recuperar o espaço público", contaminado com desinformação.
Segundo a professora "as instituições devem trabalhar para alcançar uma melhor qualidade de informação. E as ferramentas de IA têm de servir a qualidade jornalística, não para empobrecê-la", disse.
Já especialista em inteligência artificial Maria José Rementeria (BSC - Barcelona Supercomputing center) salientou a relevância dos modelos de linguagem, dizendo que "todos os países estão a desenvolver uma plataforma", pois é necessário saber como estas tecnologias são treinadas e a única forma de o saber é criando uma ferramenta.
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