O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal classificou de "muito preocupantes" os ataques levados a a cabo por Israel na Faixa de Gaza, esta terça-feira, colocando fim ao cessar-fogo acordado com o movimento islamita palestiniano Hamas.
"Os ataques de Israel em Gaza são muito preocupantes. Todas as partes devem respeitar o cessar-fogo e passar à 2.ª fase do acordo", lê-se numa reação divulgada na rede social X (antigo Twitter).
A tutela, liderada por Paulo Rangel, instou ainda ao "fim imediato das hostilidades".
"Instamos ao fim imediato das hostilidades, à proteção dos civis, ao restaurar do acesso pleno à ajuda humanitária e à libertação de todos os reféns", acrescenta.
Os ataques de Israel em Gaza são muito preocupantes. Todas as partes devem respeitar o cessar fogo e passar à 2ª fase do acordo. Instamos ao fim imediato das hostilidades, à proteção dos civis, ao restaurar do acesso pleno à ajuda humanitária e à libertação de todos os reféns.
— Negócios Estrangeiros PT (@nestrangeiro_pt) March 18, 2025
O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, já lamentou o agravamento da situação no Médio Oriente, comentando que "há quem, dos vários lados, não queira a fórmula" de 'dois povos, dois Estados' e faça tudo para a impossibilitar.
Numa conferência de imprensa conjunta, em Ljubljana, com a homóloga eslovena, Natasa Pirc Musar, no âmbito de uma visita oficial à Eslovénia, Rebelo de Sousa, questionado sobre o retomar das hostilidades em grande escala na Faixa de Gaza, afirmou que "Portugal continua a considerar que é fundamental passar a uma fase seguinte de conversações, porque a ideia não é, também aqui [tal como na Ucrânia], olhar para o cessar-fogo como uma solução parcial que esgota problema global".
Recorde-se que pouco depois das 02h00, no horário local (00h00 em Lisboa), o gabinete do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, informou que este tinha ordenado ao exército que agisse "vigorosamente contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza".
O gabinete de Netanyahu justificou o ataque ao afirmar que o Hamas se nega a libertar os reféns que mantém ainda em cativeiro e também por ter rejeitado as propostas dos Estados Unidos para prolongar a primeira fase do cessar-fogo, no lugar de passar à segunda fase do acordo, como originalmente acordado.
Quinze minutos depois, noutra declaração, o exército israelita disse ter realizado "ataques extensivos contra alvos terroristas pertencentes à organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza".
Os bombardeamentos, que tiveram como alvo vários locais do enclave, atingiram escolas que acolhem refugiados e zonas humanitárias, causando vítimas em Khan Yunis, no sul de Gaza, bem como em Nuseirat e Al-Bureij (centro) e em Jabalia e na Cidade de Gaza. Morreram centenas de pessoas.
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