Babel. João Pedro Lopes nega ter pedido favores ao ex-vice de Gaia

O advogado João Pedro Lopes afirmou hoje que, apesar de ter contacto direto com o vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, Patrocínio Azevedo, nunca lhe pediu favores para agilizar processos imobiliários onde estava como representante dos promotores.

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Lusa
05/02/2025 13:04 ‧ há 3 horas por Lusa

País

Operação Babel

"Tinha contacto mais direto com o vice-presidente [da câmara], mas isso não significava ter influência", afirmou João Pedro Lopes perante o coletivo de juízes do Tribunal de Gaia, no distrito do Porto.

 

Na oitava audiência de julgamento, o advogado garantiu que nunca pediu qualquer favor a Patrocínio Azevedo para agilizar processos imobiliários, nomeadamente no Skyline, onde representava os promotores do projeto.

O Skyline implicava a construção uma torre residencial, que seria a mais alta do país, apartamentos, hotel de cinco estrelas, centro de congressos, praça urbana, parque de estacionamento, escritórios e retalho.

"Nunca pedi que fizesse nada por este processo", vincou.

A Operação Babel, relacionada com a alegada viciação e violação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanísticos em Gaia, tem 16 arguidos, incluindo Patrocínio Azevedo, os empresários do ramo imobiliário Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera, acusados de dezenas de crimes económicos, como corrupção e tráfico de influências.

O Ministério Público (MP) sustenta que Elad Dror e Paulo Malafaia "combinaram entre si desenvolverem projetos imobiliários na cidade de Vila Nova de Gaia, designadamente os denominados Skyline/Centro Cultural e de Congressos, Riverside e Hotel Azul", contando com o alegado favorecimento por parte do antigo vice de Gaia, que receberia em troca dinheiro e bens materiais como relógios.

Segundo o MP, o advogado João Pedro Lopes, igualmente arguido neste processo, fazia a ponte entre Paulo Malafaia e Elad Dror com Patrocínio Azevedo.

O advogado pediu para a acusação do MP demonstrar, nas imensas mensagens trocadas que constam do processo, uma única vez em que pediu favores ao ex-autarca.

"Pedi favores ao Patrocínio Azevedo, mas para o Clube Atlântico da Madalena [onde era presidente]", sublinhou.

Esta questão da existência ou não de favores por parte de Patrocínio Azevedo a João Pedro Lopes, que lhe ofereceu três relógios em 2019, 2020 e 2021, surgiu depois de o juiz querer saber como é que o advogado, que representou a família que iria vender o terreno para o Skyline, passou a prestar serviços aos compradores daquele.

"Porque é que o contrataram? Foi porque se mexia bem na câmara, porque tinha conhecimentos", questionou o magistrado.

"Não, não", respondeu João Pedro Lopes, que, de seguida, acrescentou que os promotores consideraram que como já conhecia o projeto teria mais facilidade em dar-lhe seguimento.

"Eu tinha um interesse pessoal, que era receber os honorários, e como munícipe", frisou.

Leia Também: Operação Babel: "Hoje, estou arrependido de ter recebido [os relógios]"

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