Luís Miguel Gouveia, administrador do Hospital Doutor Fernando Fonseca, na Amadora, esteve esta manhã reunido com a ministra da Saúde, encontro do qual saiu confirmando que se manterá em funções. Anunciou, ainda, que vai pedir uma reunião urgente com o bastonário dos médicos sobre idoneidade formativa, dado que a ULS tem capacidade formativa para 10 internos.
"Esta reunião foi de trabalho, que tínhamos solicitado no sentido de esclarecer alguns temas, sobretudo no âmbito de cirurgia geral. Foi uma reunião muito proveitosa", começou por afirmar, referindo que já a tinha solicitado à ministra para esclarecer "alguns temas no âmbito do Serviço de Cirurgia Geral" e da idoneidade formativa do hospital Amadora-Sintra que defendeu ser "muito importante manter", uma vez que é uma "instituição de grande formação, de grandes cirurgiões".
Este encontro acontece depois de, no início da noite de segunda-feira, o diretor do serviço de ULS Amadora-Sintra ter-se demitido do cargo.
"É conhecido as contingências que o serviço enfrenta; quando assumimos as funções já havia um problema que já está a ser ultrapassado", prosseguiu, reconhecendo que "somos um hospital com número de camas limitadas para a população que servimos", situação que se pode agravar dependendo dos picos de afluência, disse.
Apesar dos problemas, Luís Miguel Gouveia garantiu que a administração mantém-se "em funções" e defendeu que "o SNS é uma grande rede de prestação de cuidados".
Luís Gouveia anunciou que irá solicitar uma reunião urgente ao bastonário "no sentido de elencar também um conjunto de situações que não se verificam, tal como aconteceu em novembro quando foi feita a visita da idoneidade formativa" pela OM e construir "uma solução conjunta", uma vez que o hospital considera ter "capacidade formativa para os 10 internos que atualmente estão no hospital".
Esta terça-feira, médicos internos do Hospital Fernando Fonseca manifestaram "profunda preocupação" com o funcionamento do serviço de cirurgia geral, numa carta em que denunciam o "clima de insegurança profissional" a que estão sujeitos.
O alerta consta na carta dos internos de formação especializada em cirurgia geral do Hospital Fernando Fonseca, que integra a ULS Amadora-Sintra, a que a Lusa teve acesso e que foi enviada à ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e ao bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, assim como a outras entidades.
"Manifestamos a nossa profunda preocupação face aos acontecimentos que têm comprometido gravemente o funcionamento do serviço de cirurgia geral e, consequentemente, a nossa formação médica", escrevem os nove internos do Hospital Fernando Fonseca, de onde se demitiram em outubro 10 cirurgiões devido ao regresso de dois outros médicos que tinham denunciado más práticas no serviço, que não se confirmaram.
[Notícia atualizada às 12h25]
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