Luís Montenegro aproveitou o lançamento da participação portuguesa na Expo 2025 Osaka (Japão) para anunciar que visitará este espaço no dia 05 de maio e para salientar a vocação universal e ecuménica do país.
"A nossa história demonstra-o, isto não é suscetível de ser uma opinião mais acalorada de um representante político do país. É uma evidência, é um dado objetivo. Fomos, efetivamente, uma nação que contribuiu para a descoberta do mundo, para a descoberta de outros espaços geográficos, para a aproximação desses espaços", disse, numa cerimónia que decorreu no Oceanário de Lisboa.
O primeiro-ministro voltou a defender que Portugal junta atualmente "estabilidade política e financeira" a uma capacidade da academia e de projetos de desenvolvimento do território.
"Para aproximar povos, aproximar culturas, para a promoção da paz, para a promoção dos valores essenciais que nós, em Portugal, perfilhamos de uma forma, não vou dizer total, mas pelo menos largamente maioritária", disse.
E acrescentou: "Serão poucos aqueles que em Portugal não se identificam com a valorização da dignidade das pessoas, com a garantia dos seus direitos fundamentais, com a promoção e aprofundamento do regime político que é a democracia", afirmou.
Montenegro agradeceu as palavras da comissária-geral de Portugal de Portugal na Expo 2025 Osaka, Joana Gomes Cardoso, nomeada pelo anterior governo PS e que tinha destacado a estabilidade do projeto, para sublinhar também a importância dessa continuidade.
"Não temos nenhum problema em reconhecer que grande parte do trabalho que nos trouxe até aqui nem fomos nós que o fizemos, nem fomos nós que o coordenámos, nem fomos nós que o tutelámos. Mas não significa que não tenhamos por ele apreço e que não tenhamos por ele um sentido de compromisso e de responsabilidade", assegurou.
Tal como a comissária-geral, o primeiro-ministro defendeu que a participação portuguesa em Osaka deve ser virada para o futuro e não para o passado.
"Nós estamos numa altura em que, como país que descobriu o mundo, nos interessa que o mundo descubra Portugal. E a exposição universal é um dos contextos onde nós podemos atingir esse objetivo de uma forma mais rápida", defendeu.
Montenegro salientou a "coincidência feliz" de, quase 30 anos após a Expo 98, Portugal voltar a apresentar-se numa exposição universal com o tema dos oceanos, em cuja proteção salientou que o país tem estado "envolvido e comprometido" ao longo de sucessivos governos.
O primeiro-ministro destacou ainda o potencial económico que Portugal pode retirar da Expo de Osaka, além de uma oportunidade de mostrar a sua cultura e tradições, dizendo "não ser por acaso" que a AICEP e o Turismo de Portugal integram este projeto.
"É também para podermos recolher os frutos dos investimentos que fazemos e este investimento é um investimento importante", frisou.
Montenegro anunciou que visitará a exposição no dia 05 de maio, que será o Dia de Portugal na Exposição e é também o Dia Mundial da Língua Portuguesa.
"Não podia ser melhor escolhido o Dia de Portugal na exposição", considerou.
A mascote oficial de Portugal na Expo de Osaka vai chamar-se Umi -- que significa oceano em japonês --, um cavalo marinho que, segundo o primeiro-ministro, é "uma bela escolha para assinalar o elemento que ligou Portugal e o Japão há mais ou menos 500 anos".
"Nós seremos bem-sucedidos se conseguirmos mostrar o que é ser português", disse, apelando a todos que se concentrem nas tarefas que têm pela frente e deixem "qualquer queixume para segundo plano".
A Expo 2025 Osaka vai realizar-se entre 13 de abril e 13 de outubro de 2025 e Portugal é um dos 161 países presentes na exposição dedicada ao tema: "Desenhar as Sociedades do Futuro para as Nossas Vidas".
A participação portuguesa na exposição terá como tema "Oceano: Diálogo Azul", contando com o envolvimento de mais de 150 empresas, associações, autarquias e artistas nacionais.
[Notícia atualizada às 17h59]
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