A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e o Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais (SNBP) anunciaram, na terça-feira, que reunirão de urgência esta quarta-feira, dia 4 de dezembro, para “avaliar e discutir as propostas recentemente apresentadas pelo Governo referentes à revisão do Estatuto Profissional dos bombeiros sapadores”.
O Conselho Geral de caráter urgente, que contará com a presença dos dirigentes e delegados de todo o país, está agendado para as 9h30, na sede da ANBP, em Lisboa.
As organizações apontaram, em comunicado, que serão definidas “estratégias de atuação, nomeadamente a realização de greves e de manifestações, como forma de protesto contra a inoperância do Governo, exigindo assim que as legítimas reivindicações dos bombeiros sapadores sejam atendidas de forma justa e urgente”.
Este encontro ocorre depois de, na terça-feira, a reunião negocial entre sindicatos representativos dos bombeiros sapadores e Governo ter sido suspensa pelo Executivo, que alegou falta de condições de segurança. Isto porque, do lado de fora do edifício, cerca de três centenas de bombeiros protestavam lançando petardos e gritando palavras de ordem.
Ainda assim, o Governo apontou que o processo negocial "poderá, eventualmente, ser retomado", se as partes se comprometerem com um "diálogo institucional sereno".
Após a suspensão da reunião, o presidente do SNBS, Ricardo Cunha, acusou o Executivo de ter usado a alegada falta de segurança da manifestação "como pretexto" para romper as negociações e "diabolizar os bombeiros".
"A partir de agora todas as formas de luta serão ponderadas", afirmou Leonel Mateus, vice-presidente do SNBS, em declarações à Lusa.
Na ótica de Ricardo Cunha, a proposta apresentada aos bombeiros não é "minimamente aceitável nem digna". Contudo, o dirigente acredita que o Governo irá "pôr a mão na consciência e apresentar uma proposta credível".
Na atribuição do suplemento de função, "a troco de 10%, o Governo queria que os bombeiros sapadores trabalhassem mais 31 horas por mês" e, no que respeita ao subsídio de risco, o aumento proposto previa que "chegasse aos 100 euros dentro de três anos".
"Estamos a falar de uma carreira que não é revista há 22 anos e não é com 100 euros que o governo nos vem comprar", afirmou Leonel Mateus.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou, entretanto, que dará conta do protesto ao Ministério Público, por não ter sido comunicado às autoridades e por utilização ilegal de petardos.
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