Luís Montenegro falava aos jornalistas no final de uma reunião de cerca de uma hora com a ministra da Justiça, Rita Júdice, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o diretor nacional da Polícia Judiciária, o comandante-geral da GNR, o diretor nacional da PSP e o secretário-geral adjunto do Sistema de Segurança Interna.
"Tenho reiteradamente dito que Portugal é um pais seguro, é mesmo um dos países mais seguros do mundo, mas este contexto tem de ser trabalhado e alcançado todos os dias", defendeu.
Numa declaração pouco depois das 20:00, Montenegro fez um balanço de uma operação a decorrer desde 04 de novembro entre várias forças policiais e administrativas, "Portugal sempre seguro", anunciando que da mesma já resultou o desmantelamento de "duas redes criminosas no âmbito da imigração ilegal e do tráfico de pessoas.
O primeiro-ministro informou ainda que "estão em curso diligências investigatórias sobre acontecimentos recentes da alteração da tranquilidade pública", referindo-se aos distúrbios ocorridos na Grande Lisboa na sequência da morte do cidadão cabo-verdiano Odair Moniz, baleado mortalmente por um polícia na madrugada de 21 de outubro, no Bairro da Cova da Moura.
Questionado se planeia fazer alguma visita aos bairros afetados, num dia em que o Presidente da República anunciou ter almoçado com o seu homólogo de Cabo Verde na Cova da Moura, Montenegro respondeu que os membros do executivo "estão no terreno todos os dias" e recordou que o Governo já reuniu com os presidentes das Câmaras Municipais destes municípios e com as associações representativas dos moradores nesses bairros.
"Não teremos nenhum problema em estar no terreno quando tivermos de estar no terreno, mas estamos junto das pessoas", afirmou, realçando que também hoje recebeu em São Bento o Presidente da República de Cabo Verde, José Maria Neves.
Nesse encontro, disse, agradeceu ao chefe de Estado "o sentido de responsabilidade das autoridades cabo-verdianas" neste processo e ouviu as conclusões da interação de José Maria Neves com os representantes associativos dos bairros que aquele dirigente político visitou.
"Continuaremos a atuar dentro de toda esta envolvência e faremos aquilo que é nossa obrigação. Não deixaremos ninguém para trás, olhamos para a realidade de uma forma transversal, sabendo que todos os contextos devem ser atendidos, familiar, social, laboral, o contexto do acesso a bens fundamentais como a educação, a habitação, a saúde. Estamos empenhadíssimos em poder servir o país como um todo e, naturalmente, servir também estas zonas", disse.
Na operação "Portugal sempre seguro", que decorre até meados de dezembro, detalhou o primeiro-ministro, foram realizadas mais de 170 operações, envolvendo mais de 4 mil efetivos das várias forças envolvidas, tendo sido fiscalizadas mais de 7 mil pessoas e mais de 10 mil veículos automóveis.
"Foram já levantados, até o momento, mais de 2 mil autos de contraordenação, realizadas diversas apreensões e foram mesmo já desmanteladas duas redes criminosas, no âmbito da imigração ilegal e no âmbito do tráfico de pessoas", disse.
No final da sua comunicação, Montenegro assegurou que o Governo vai prosseguir "o caminho de valorização das carreiras e das remunerações dos profissionais que prestam serviço na Administração Pública, em particular nas Forças de Segurança".
"Queremos juntar a isso um maior investimento também nos meios que estão disponibilizados para o cumprimento destas missões. Amanhã mesmo, no Conselho de Ministros, iremos aprovar uma autorização de despesa de mais de 20 milhões de euros para a aquisição de mais de 600 veículos ligeiros, pesados e motociclos para a Polícia de Segurança Pública e para a Guarda Nacional Republicana", detalhou.
[Notícia atualizada às 21h19]
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