"Asneira"? Montenegro fala sobre violência doméstica (e gera indignação)

O primeiro-ministro atribuiu o aumento dos números da violência doméstica em Portugal a mais denúncias e não a mais casos "reais".

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto
26/11/2024 09:28 ‧ há 16 horas por Notícias ao Minuto

País

Violência doméstica

O primeiro-ministro atribuiu o aumento dos números da violência doméstica em Portugal a mais denúncias e não a mais casos "reais" no seu discurso de encerramento da conferência 'Combate à violência contra mulheres e violência doméstica', que se realizou na segunda-feira, 25 de novembro, na Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, no âmbito do Dia Internacional da Eliminação da Violência Contra as Mulheres.

 

As palavras de Luís Montenegro, que disse ter dúvidas de que o aumento no número de casos que se regista nas estatísticas "signifique o aumento da criminalidade tipificada para violência doméstica", uma vez que "nos últimos anos, muita coisa saiu do armário onde estava escondida", geraram indignação de vários setores e duras críticas da oposição.

O líder do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos, acusou-o de "falta de sensibilidade, empatia e de respeito pelas vítimas", enquanto a deputada socialista Mariana Vieira da Silva defendeu que o chefe do Governo errou "no diagnóstico. E quem erra no diagnóstico, falha nas políticas".

"Números não existem para enfeitar". Vieira da Silva também critica PM

Em causa estão as declarações do primeiro-ministro sobre os casos de violência doméstica.

Carmen Guilherme | 23:32 - 25/11/2024

Já o Bloco de Esquerda (BE) realçou, através da deputada Joana Mortágua, que "quando se resume a segurança a 'percepções' sai asneira". Por sua vez, a líder do partido, Mariana Mortágua, pediu a Montenegro "menos percepções e mais factos” e "levar mais a sério o maior problema de segurança interna", que considera ser o da violência doméstica.

Número de casos pode até ser "muito superior" ao conhecido

Em declarações à Renascença, Daniel Cotrim, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), contrariou a tese do primeiro-ministro. Os dados que são públicos "representam aquilo que as pessoas mostram, aquilo que as pessoas nos permitem saber" e estima que o número de casos seja até "muito superior" ao conhecido.

Recorde-se que a APAV revelou ontem, em entrevista à agência Lusa, que o número de mulheres vítimas de violência doméstica apoiadas pela associação aumentou 8,7% em 2023 face a 2022.

Já de acordo com os dados oficiais publicados no portal da violência doméstica, em 2023 foram registadas 30.279 denúncias à GNR e PSP, um número ligeiramente abaixo do registado em 2022, de 30.389.

Afinal há mais casos ou mais denúncias?

Em concreto, não podemos dizer se há mais casos ou mais denúncias, uma vez que os números dizem respeito aos casos comunicados às autoridades, pelo que é precipitado tirar conclusões. O que se sabe é que o número é extremamente alto.

Leia Também: Lisboa, Faro e Porto são os distritos com mais mulheres vítimas de violência

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