A fonte do executivo sírio disse sob anonimato à agência France Presse (AFP) que os grupos pró-turcos "removeram a sua presença militar e os postos de controlo" em Afrin, na província de Alepo.
As posições permanentes destes grupos, no entanto, foram "mantidas na região por enquanto", prosseguiu, explicando que as autoridades de Damasco querem instalar novos efetivos em destacamentos do Exército sírio que são regularmente alvos de operações israelitas.
Esta redução surge na sequência de um acordo assinado no mês passado entre o Governo central de transição e os grupos curdos, que prevê o regresso de deslocados, dos quais dezenas de milhares foram forçados a fugir da região de Afrin, tomada por fações pró-turcas em 2018.
Os grupos pró-turcos, que controlam partes do norte da Síria, foram integrados nas novas forças de segurança sírias, de acordo com uma decisão das autoridades em Damasco, que resultaram da deposição do regime de Bashar al-Assad, em dezembro do ano passado.
Uma coligação liderada por islamitas tomou desde então o poder na Síria e dissolveu todos os grupos armados, integrando-os nas forças regulares.
De janeiro a março de 2018, as forças turcas e os seus aliados sírios conquistaram Afrin após uma ofensiva terrestre e aérea contra as tropas curdas.
O avanço das forças pró-turcas, acusadas de numerosas violações dos direitos humanos, provocou a deslocação de metade dos cerca de 320.000 habitantes daquela zona.
O Presidente interino sírio, Ahmad al-Charaa, que procura unificar um país dividido por mais de 13 anos de guerra civil, assinou em março um acordo para integrar todas as instituições civis e militares sob uma administração autónoma curda do Estado.
Como parte deste acordo, os combatentes curdos retiraram-se de dois bairros de Alepo na sexta-feira, disse a autoridade local Bedran Ciya Kurd na rede social X, referindo-se a "um primeiro passo num plano mais amplo para o regresso seguro dos residentes de Afrin".
A administração autónoma curda apoiada pelos Estados Unidos e o seu braço armado, as Forças Democráticas Sírias (FDS), controlam vastos territórios no norte e leste da Síria.
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