"Foi apresentada uma queixa-crime junto da Procuradoria-Geral de Ancara por insulto ao Presidente" contra Özgür Özel, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), anunciou no X (antigo Twitter) o advogado de Erdogan, Hüseyin Aydin.
O crime de "insulto ao Presidente" é frequentemente utilizado na Turquia, inclusive contra simples utilizadores da Internet.
Durante o congresso extraordinário do CHP, realizado no domingo, Özel declarou que "a Turquia é governada por uma junta que tem medo das eleições, medo dos seus adversários e medo do povo".
"[Erdogan é] o presidente de uma junta que visa aqueles que têm o apoio popular e que podem tornar-se seus rivais", acrescentou Özel, criticando a detenção e posterior prisão, no mês passado, do autarca de Istambul, Ekrem Imamoglu, do CHP, principal rival político do chefe de Estado.
A 23 de março passado, numa reunião do CHP, Imamoglu foi escolhido como o candidato a apoiar pela maior força da oposição às eleições presidenciais de 2028, que, entretanto, pediu para as antecipar o mais tardar até novembro desde ano.
"Em novembro, o mais tardar, venha defrontar o nosso candidato", declarou Özel, dirigindo-se a Erdogan, durante o congresso extraordinário do partido, domingo, em Ancara.
"Convidamo-lo a enfrentar uma vez mais a vontade do povo, porque disso resultará a maior moção de censura da história. Este é um desafio. Queremos o nosso candidato ao nosso lado e a nossa urna à nossa frente. Se tiver coragem, virá", acrescentou Özel, no mesmo registo.
Denunciando um "golpe de Estado", o CHP levou dezenas de milhares de pessoas às ruas de Istambul e de muitas outras cidades do país nos dias que se seguiram à detenção, a 19 de março, de Imamoglu.
O CHP ficou em primeiro lugar nas eleições municipais em março de 2024, com 37,8% dos votos em todo o país, conquistando, além de metrópoles como Istambul e Ancara, bastiões do AKP, partido de Erdogan.
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