Além disso, estes materiais de guerra abandonados feriram outras 379 pessoas desde 08 de dezembro de 2024, dia da fuga de Al-Assad da Síria para a Rússia, segundo dados da INSO, uma organização internacional dedicada a melhorar a segurança dos trabalhadores humanitários.
Após 14 anos de guerra civil, a Síria está "fortemente contaminada" com explosivos, representando um "risco letal" para "os esforços de regresso seguro e de reconstrução" do país, afirmou a HRW num comunicado.
A HRW afirmou que estes incidentes têm ocorrido com maior frequência desde dezembro, uma vez que milhares de pessoas regressaram à Síria após a queda de Al-Assad, provocando aumentos significativos na mobilidade em todo o país.
Neste sentido, a HRW instou o Governo de Transição sírio a "colaborar com os doadores internacionais para estabelecer estruturas, políticas, procedimentos e programas que permitam a rápida identificação e eliminação de minas e resíduos explosivos de guerra".
"Sem esforços urgentes de limpeza em todo o país, mais civis que regressam a casa para reivindicar os seus direitos básicos, as suas vidas, os meios de subsistência e terras continuarão a ser feridos ou mortos", alertou Richard Weir, investigador principal sobre crises, conflitos e armas da HRW.
De acordo com membros da comunidade de ação contra as minas e autoridades da ONU, a dificuldade em abordar este problema decorre de vários fatores, incluindo "falta de informação organizada, coordenação deficiente e ausência de instituições e agências nacionais", assim como barreiras administrativas à "entrada e mobilidade de agentes de ação contra minas na Síria".
A HRW instou o governo interino a estabelecer, com urgência, uma autoridade nacional civil de ação contra as minas e um centro de coordenação que trabalhasse em estreita colaboração com o Serviço de Ação contra as Minas da ONU (UNMAS). A organização indicou ainda que as autoridades devem garantir que as atividades de remoção de minas recebam o financiamento adequado e prestar apoio financeiro às vítimas.
Segundo a organização, as comunidades e os indivíduos que regressaram aos seus locais de origem na Síria decidiram tomar medidas para limpar e desativar engenhos explosivos nos seus bairros e campos, sem "equipamento especializado ou formação formal" para fazer face a esta necessidade.
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