Dinamarca vê visita dos EUA à Gronelândia como "pressão inaceitável"

A próxima visita à Gronelândia de responsáveis dos Estados Unidos, que inclui o conselheiro de segurança nacional norte-americano, coloca "uma pressão inaceitável" sobre a Dinamarca, declarou esta terça-feira a primeira-ministra dinamarquesa.

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Lusa
25/03/2025 12:24 ‧ há 8 horas por Lusa

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Gronelândia

"Não podemos organizar uma visita privada com representantes oficiais de outro país", afirmou Mette Frederiksen aos jornalistas.

 

"A pressão que está a ser exercida sobre a Gronelândia e a Dinamarca nesta situação é inaceitável. E é uma pressão à qual vamos resistir", acrescentou a primeira-ministra.

A Gronelândia espera atualmente pela formação de um governo, após as eleições legislativas de 11 de março. Na rede social Facebook, o Governo cessante indicou que "não enviou convites para visitas, sejam privadas ou oficiais".

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A anexação da Gronelândia aos Estados Unidos não é uma ideia nova para Donald Trump. Já o tinha mencionado em 2019, durante o seu primeiro mandato na Casa Branca. Fique a par das motivações do chefe de Estado norte-americano.

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"O atual Executivo é um governo cessante da Gronelândia, aguardando a formação de uma nova coligação governamental, e pedimos a todos os países que respeitem este processo", sublinhou a administração gronelandesa.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Mike Waltz, vai visitar a Gronelândia esta semana, segundo o primeiro-ministro gronelandês, Mute Egede, tal como o secretário da Energia norte-americano, Chris Wright, de acordo com a imprensa norte-americana.

Usha Vance, mulher do Vice-Presidente norte-americano, J.D. Vance, também viajará com uma delegação para participar numa corrida nacional de trenós puxados por cães em Sisimiut, na costa noroeste, entre quinta-feira e sábado, de acordo com a Casa Branca. O programa ainda não foi divulgado, mas é possível que visitem a base norte-americana de Pittufik.

"A nossa integridade e a nossa democracia devem ser respeitadas, sem qualquer interferência externa", disse Egede na rede social Facebook, condenando a visita.

Estas viagens mostram "uma apetência inapropriada por parte dos norte-americanos", acrescentou o chefe de diplomacia dinamarquesa, Lars Løkke Rasmussen, à cadeia de televisão TV2.

"Quando se organiza uma visita como esta e os políticos da Gronelândia dizem que não a querem, não se pode interpretar isso como um sinal de respeito", afirmou Mete Frederiksen.

Em meados deste mês, Trump afirmou que a anexação da Gronelândia aos Estados Unidos ia "acabar por acontecer" e que tal integração promoveria a "segurança internacional".

Embora todos os principais partidos da Gronelândia sejam a favor da independência do território da Dinamarca, a mais ou menos longo prazo, nenhum apoia a ideia de uma anexação por Washington. Também as sondagens de opinião indicam que a população de 57.000 habitantes é esmagadoramente contra.

A Gronelândia, que é quatro vezes maior do que a França, tem um interesse estratégico devido à localização - encontra-se na rota mais curta para a trajetória de quaisquer mísseis entre os Estados Unidos e a Rússia - e às riquezas minerais.

Leia Também: Visita de altos responsáveis à Gronelândia é "abordagem amigável"

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