Governo turco rejeita críticas à detenção de rival político de Erdogan

O Governo turco rejeitou hoje as críticas da oposição à detenção do presidente da câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, principal rival político do Presidente Recep Tayyip Erdogan, afirmando que "ninguém está acima da lei".

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Lusa
19/03/2025 17:11 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Turquia

Imamoglu, 53 anos, foi detido juntamente com mais de uma centena de militantes e funcionários do social-democrata Partido Republicano do Povo (CHP, na sigla em turco), a que pertence.

 

Foi acusado de corrupção e de ligações terroristas, mas a oposição considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado por Imamoglu ser o provável concorrente de Erdogan nas próximas eleições presidenciais.

"É errado falar de um golpe de Estado. A desinformação é inaceitável", disse o ministro da Justiça, Yilmaz Tunç, durante uma conferência de imprensa.

Tunç criticou os apelos do CHP para uma manifestação de protesto, referindo que "num Estado de direito, o lugar para resolver uma acusação é o tribunal e não a rua".

"Todos devem compreender que não existem privilégios no quadro jurídico. Os tribunais são independentes e nenhuma instituição ou indivíduo pode emitir diretivas ou ordens", afirmou, citado pela agência espanhola Europa Press.

O ministro pediu para dissociar qualquer investigação contra a oposição de "alegadas ordens dadas pelo Presidente Erdogan", que descreveu como "um insulto".

"O sistema judicial não recebe ordens de ninguém", afirmou.

Tunç reiterou que as decisões judiciais são vinculativas para todos.

Referiu que as acusações e as provas contra Imamoglu "serão examinadas de forma transparente e o público será informado em tempo útil".

O ministro da Justiça apelou ainda para uma abordagem "pacífica e calma" da questão.

"É da responsabilidade de todos manter a compostura e respeitar a decisão tomada", acrescentou.

Imamoglu descreveu a sua detenção e a de militantes do CHP como uma tentativa de "usurpar o poder".

"A polícia foi forçada a fazer isto, mas eu não vou desistir", afirmou.

O presidente da câmara de Istambul disse que deixava o seu destino nas mãos de "Deus e do povo" da Turquia.

Manifestou também a esperança de que os turcos deem uma "resposta às mentiras, às conspirações e aos truques (...) daqueles que querem roubar a vontade do povo".

O porta-voz da presidência, Fahrettin Altun, acusou a oposição de tentar "minar a integridade das autoridades" que estão a investigar o caso "por razões políticas e ideológicas".

Altun disse que Erdogan e o Governo se manterão firmes contra os "esforços para minar a independência dos órgãos judiciais".

"Reiteramos o nosso ponto de vista de que qualquer decisão tomada por um poder judicial independente deve ser respeitada por toda a sociedade", disse.

Altun apelou aos turcos para que "sejam cautelosos em relação aos conteúdos não confirmados".

"Confiem nas declarações que vêm das instituições e das autoridades oficiais", pediu.

O CHP qualificou a investigação judicial como "uma tentativa de golpe de Estado" instigada pelo Governo para impedir a candidatura de Imamoglu às eleições, previstas para 2028, mas que poderão ser antecipadas.

Além de corrupção, o Ministério Público disse que Imamoglu é suspeito de "apoio ao PKK", o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, considerado como um grupo terrorista pela Turquia.

As autoridades encerraram várias estradas em torno de Istambul e proibiram manifestações na cidade por quatro dias num aparente esforço para evitar protestos após a detenção do autarca.

Leia Também: Autarca de Istambul detido por corrupção e ligação ao terrorismo

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