Oposição venezuelana pede aos EUA que não discrime imigrantes do país

A Plataforma Unitária Democrática (PUD), que reúne os principais partidos da oposição venezuelana, pediu hoje aos Estados Unidos para não discriminar venezuelanos, sublinhando que ser venezuelano ou migrante não é um crime.

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© Marcos del Mazo/LightRocket via Getty Images

Lusa
18/03/2025 19:56 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Venezuela

O apelo tem lugar depois de as autoridades norte-americanas terem deportado, a pedido do Presidente Donald Trump, 238 venezuelanos para uma prisão de segurança máxima em El Salvador, por alegadamente pertencerem à organização criminosa Tren de Aragua, acusação que alguns familiares contestam.

 

"A migração venezuelana é uma dor que está em todos os lares da nossa nação. Milhões de venezuelanos foram obrigados a emigrar (...) para contribuir com trabalho e talento para o desenvolvimento de cada país, devido à complexa crise humanitária no nosso país, cuja responsabilidade é do regime de Nicolas Maduro que, com as suas políticas, levou o país à ruína, empobrecendo a população venezuelana", disse a oposição, num comunicado divulgado nas redes sociais.

No documento, a PUD disse levantar, por isso, a voz em defesa de milhões de "bons venezuelanos", para que sejam protegidos como merecem, através de políticas migratórias inclusivas em cada um dos países de acolhimento.

"No que diz respeito a uma minoria de migrantes venezuelanos que alegadamente cometeram crimes nos países onde se encontram, caber-lhes-á assumir as consequências legais dos seus atos, caso se prove a sua culpa, sempre no quadro de um processo justo, com pleno respeito pelos direitos humanos e pelo direito internacional", afirmou a PUD.

No comunicado, a oposição sublinhou que os presos venezuelanos "não devem ser considerados pelos países onde cometeram os crimes como mercadorias de troca".

"De acordo com as regras processuais em vigor, estas pessoas deviam ter sido devidamente condenadas por crimes nos EUA e a transferência devia ter por objetivo o cumprimento de penas privativas de liberdade ao abrigo de acordos internacionais entre os dois países", afirma.

Segundo a oposição, "a cooperação em matéria de justiça e segurança entre as nações deve garantir que estes procedimentos sejam conduzidos em conformidade com as disposições legais e o Estado de direito".

"Reafirmamos a necessidade de continuar a diferenciar os milhões de venezuelanos que emigraram com esforço e trabalho honesto, daqueles poucos que se envolveram em atividades criminosas", indicou a PUD, destacando que vai continuar "a trabalhar por uma Venezuela democrática que ofereça as condições e garantias para que todos os cidadãos possam regressar, reparando milhões de famílias destroçadas e recuperando a produtividade do nosso país".

No domingo, o Presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou a chegada de 238 alegados membros do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua e da Mara Salvatrucha (MS-13), transferidos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT) ao abrigo de um acordo com Trump.

Em fevereiro, Donald Trump classificou o Tren de Aragua, uma organização criminosa da Venezuela, e o MS-13, um gangue com origem em Los Angeles em 1980, como "organizações terroristas globais".

Segundo a organização não-governamental Transparência Venezuela, o Tren de Aragua tem mais de quatro mil membros e conseguiu expandir-se para outros países, como Colômbia, Peru, Brasil, Chile, Equador, Bolívia e Costa Rica.

O grupo, que surgiu em 2013, possui armas de guerra e uma estrutura hierárquica definida. O Tren de Aragua teve origem nos sindicatos de trabalhadores da construção de um projeto ferroviário que ia ligar o centro-oeste do país e nunca foi concluído.

O Tren de Aragua está acusado de crimes relacionados com mineração ilegal, tráfico de droga, de seres humanos e armas, contrabando de sucata metálica, extorsão, sequestro, homicídios e roubos.

Leia Também: Governo da Venezuela alerta cidadãos para não viajarem para os EUA

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