As detenções levaram o Presidente sérvio, Aleksandar Vucicm a denunciar uma alegada conspiração para o derrubar.
O ministro do Interior sérvio, Ivica Dacic, disse à estação de televisão pública RTS que mais de 30.000 pessoas se reuniram na sexta-feira à noite em diferentes pontos da capital.
Embora estes grupos se tenham dispersado em geral sem incidentes, "várias centenas" de pessoas estiveram envolvidas em altercações, explicou.
Nesse sentido, o ministro reiterou que as autoridades não vão tolerar excessos durante a manifestação, que mobilizou sobretudo a comunidade estudantil e que se vai concentrar em torno do Parlamento.
Os protestos contra o governo seguiram-se a um colapso na estação de comboios de Novi Sad que causou a morte de 15 pessoas.
Na sexta-feira, num discurso à nação, Vucic avisou que as autoridades iriam tomar "todas as medidas necessárias para garantir a paz" hoje e denunciou uma conspiração.
"Em meados de dezembro, sabíamos que nada seria suficiente porque o objetivo era uma revolução colorida", disse, referindo-se a uma mudança de governo.
Milhares de pessoas reuniram-se na sexta-feira em Belgrado na véspera de uma grande manifestação antigovernamental de hoje, que decorrerá apesar dos avisos oficiais de que se prevê violência e dos alarmes do Governo destinados a dissuadir os manifestantes de comparecerem.
Estudantes universitários têm chegado de todo o país a Belgrado para participarem na manifestação, prevendo-se a adesão de dezenas de milhares de pessoas.
O protesto é visto como o culminar de meses de manifestações contra a corrupção no país dos Balcãs e um teste ao Governo de direita de Vucic, que tem enfrentado um crescente descontentamento popular.
Vucic advertiu que esta mobilização é "ilegal", mas prometeu respeitar o direito dos cidadãos de protestar pacificamente.
"Somos um país claramente democrático", afirmou Vucic, criticando países como a Alemanha e a França de "usarem cassetetes" em contextos semelhantes.
O Presidente sérvio garantiu que os participantes poderão manifestar-se pacificamente, mas que os organizadores terão de enfrentar as consequências legais da convocação de manifestações sem autorização e os eventuais distúrbios que surjam.
"O Estado da Sérvia tomará todas as medidas necessárias para garantir a paz. Aqueles que perturbarem a paz serão detidos e severamente punidos", sublinhou Vucic, que fez um apelo "a todos os cidadãos da Sérvia" para que não provoquem distúrbios.
"Esqueçam esses jogos sobre a rendição da polícia, do exército, essas histórias infantis de revoluções coloridas. É demasiado estúpido", frisou Vucic.
Nos últimos meses, os estudantes e os partidos da oposição têm pedido a demissão do Presidente sérvio, após o colapso do telhado de uma estação de comboios na cidade de Novi Sad.
O Governo tentou pacificar os manifestantes com a aprovação de novas leis ou demitindo altos funcionários, como o primeiro-ministro Milos Vucevic e o ministro da Construção e dos Transportes, Goran Vesic.
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